quinta-feira, 13 de junho de 2013

Três Coisas Tão Simples

Cresci rodeada de rapazes.
Não fui muito feminina até aos meus 13 anos de idade.
Aquela parte da nossa vida em que nós copiamos os exemplos que temos e moldamos a nossa personalidade, aconteceu-me precisamente aí.
Dizem que homens e mulheres pensam todos da mesma maneira, mas não.
Não tem nada a ver.
Existe uma consciência geral, comum a todas as pessoas.
Sei disso , porque cresci menina, mas a agir como um rapaz, e me encontro agora numa situação de agir como uma menina mas pensar como um rapaz.
É complicado, mas há muitos interesses que partilho com os homens. (ehehe)
Penso que os homens cedem agora muito mais ao que o coração deles lhes diz. Cada vez mais com o tempo se vai esquecendo da célebre frase "Um homem não chora."
Lembro-me de ouvir antigamente que "quem chora são as meninas".
Sempre vi as meninas como coisinhas preciosas e frágeis com as quais não se pode brincar ou magoar.
Um mito, impingido pela Escola e pelos Pais.
Lembro-me da primeira vez que andei à porrada na Escola.
Foi com um rapaz, porque ele me tinha roubado o Bollycao.
Ele era maior que eu e subestimou-me por eu ser uma menina.
Foi só ir ao sítio certo, acertar-lhe bem no meio das pernas e acabou-se ali o machismo dele, provavelmente  passado dos pais para ele.
Perdi a opinião de que uma menina devia ser pura e inocente.
Eu gostava de dar pontapés aos rapazes. E às raparigas então!
Desfiz na minha cabeça a imagem de que eu devia ser a menina exemplar.
A minha rebeldia vem um pouco de eu ser muito livre, e ter muitas ideias.. e ter sede de justiça.
Cresci com rapazes.
Foi-me incutido a "Irmandade".
Que se devem respeitar os amigos e que uma amizade verdadeira não termina por nada.
Aprendi a respeitar os mais velhos. Comecei pelos vizinhos.
Aprendi que uma rapariga deve ser simples, mas ter valores e princípios.
Cheguei mesmo à conclusão de que o que falta nas raparigas de hoje em dia, é isso mesmo : carácter, personalidade e simplicidade.
Três coisas tão claras e impossíveis de forjar.
Valores que se adquirem através das amizades da nossa infância.
Na fase de decidirmos quem vamos ser quando formos grandes.
Não me fez mal nenhum passar por tantas coisas como passei na minha infância.
Fez-me ser uma menina/rapaz.
Sábia às vezes. Malandra por vezes também.
Agridoce!

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