domingo, 30 de junho de 2013

Borboleta

Era uma vez uma rapariga
Caiu de pára-quedas, e surgiu do nada
Numa cidade meio antiga
Largou raízes e fez-se à estrada.
Conheceu novas caras,
Seduziu novas cabeças
Conquistou algumas mentes raras
Mas outras esqueceu logo muito depressa
Tanta curiosidade..
Sentia-se como uma obra de arte num museu
Exposta, como uma ave a quem foi negado o céu
Viu-se entre correntes, entre fios
Entre espaços gigantes e grandes vazios
Até que se deixou apanhar por completo
Caiu-se de amores por um príncipe perfeito
Já não havia vazio que durasse no seu peito
Quis ser feliz e fez de tudo para que surtisse efeito
Mas a menina, agora mulher,
Fora tomada como uma borboleta de colecção
Fecharam-na numa gaiola,
Partiram-lhe o coração
Esborracharam a sua felicidade, com força entre mãos
E a pequenina sofreu, mas diz ela que nao foi em vão
Secou as lágrimas e lambeu as feridas
Cicatrizes interiores, já deixadas de muitas vidas
Prometeu ser mais forte, prometeu ser melhor
E que até à sua morte, não sofreria mais de amor
Ela diverte-se, agora
Com quem ela quer e bem lhe apetece
Não há dia , não há hora
Não há vento que a pare ou a refresque.
Ainda conquista corações
E está longe de os findar
A pequena borboleta, ganhou novas asas e aprendeu a voar
Feliz, solitária mas longe de se magoar
Pode parecer triste , esta história que vos conto
Mas é bonita, e as coisas bonitas não escondo.
Ah, e escusado será dizer ,
Que a pequena borboleta sou eu
Pés bem acentes na terra,
E constantemente a tocar o céu.

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