segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Here we go

Neste último mês, tenho tido algumas alegrias..
Achei por bem falar no assunto, para eu não me esquecer que às vezes fico constipada de felicidade.
Sim, cada vez mais acho que a felicidade é uma constipação, e como tal, tenho que andar à chuva.
E é o que tenho feito.. uma vez que o Eduardo e eu combinámos liberdade.
Ele tem andado com a Catarina.. e ele vai-me contando coisas acerca de quando eles estão juntos. Mas eu já nem sequer consigo olhar para ele da mesma maneira.
Preocupo-me, e vou aparecendo lá em casa, para dar um check nele, porque sei que sem mim ele tem estado muito pior. A mãe dele tem-me ligado a dizer que ele desaparece durante dias.. desliga o telemóvel, e não responde ao facebook.. ora, onde é que eu vejo isto regularmente?
É a minha maneira de viver, e ele está tão perdido quanto eu estava quando o conheci.
Não vou mentir, ele ajudou-me muito. Como pessoa, como mulher, como tudo.. mas por outro lado, vir ter comigo e dizer-me certas coisas que me disse.
Preferi vir-me embora, e dar-lhe apenas aquilo que ele precisa para se por de pé outra vez.
Companhia, sim. Carinho, sim. Mas não posso, não consigo passar disso.
Está tudo igual. Só que ele anda com ela. E nós já não estamos juntos.
Conheci então este rapaz, super amoroso.. da forma mais idiota possível. Daquela forma como só eu conheço as pessoas.
Quando o vi, pensei " Peraí.. mas onde é que tu vais?!!" Pensei que ele tinha de ficar comigo aquela noite.
Não tinha de acontecer nada, eu só sei que precisava dele ali.
E não me enganei.
Pode parecer parvo, mas quando significamos alguma coisa para alguém, não é preciso ouvirmos isso da boca de ninguém. Nós sabemos.
Há coisas que não se explicam, e esta é uma delas.
Não sei no que vai dar. Não sei de absolutamente nada. Apenas que preciso dele, da pessoa que ele é.
Sinto ainda que nos conhecemos muito mal, e que não houve muito tempo para grandes histórias de vida.
Ele não concorda muito com a cena de eu desaparecer, e andar aí nas drogas pesadas.. mas não me impede.
Engraçado.. o Edu encorajava-me.
Até que ponto é que vai gostar de alguém? Onde começa e onde acaba?
Não sei muito bem o que sinto, profundamente. Sei que gosto dele, e quero partilhar-me com ele.
Ele mostra-me constantemente que é possível e que também quer o mesmo. Mais que eu, talvez.
No entanto, não sei se faço bem, já.. tão cedo, e já estou de novo metida noutra cena.
Ele é espetacular..
Não gosto de mentir, é uma coisa que me habituei a não fazer.
Ele deixa-me dizer o que eu quiser. Ele diz que gosta de me ouvir falar! ahahahah
Que estranho.. andei a precisar desse lado da parte de alguém durante tanto tempo.. e só agora?
Quero levar tudo com calma, até porque me conheço e sei que me assusto facilmente, especialmente com responsabilidades e compromissos.
Não me quero assustar, e muito menos assustá-lo.
Very nice and slow, here we go.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Boa Sorte, Charlie

Há dias em que me sinto mais em baixo, e como qualquer pessoa, tento procurar maneiras de me abstrair de certos pensamentos. As drogas são um ponto bem assente na minha vida, mas já deixaram de me fazer sentir melhor há muito.
E o que há melhor do que um animal para combater a solidão? Falei com uns amigos, e procurei , procurei, até que achei. Mas esperei tanto tempo que pensei que nunca mais iria ouvir falar em darem-me uma cadela.
Então, um dia destes em que estava sozinha em casa, triste, e sem ninguém de confiança com quem falar, recebi uma chamada.
" A tua cadela já chegou. Podes vir buscá-la!"
O meu peito quase rebentava com a expectativa, e de repente uma ansiedade enorme me invadiu.
Peguei numa manta quentinha que tenho, e fiz-me ao caminho.
Entrei na casa, e subi a escadaria toda até chegar ao quarto dos meus amigos..
À primeira vista, estava tudo como sempre : pessoal abancado em todo o lado, na cama, nas cadeiras, nos sofás.. muito fumo, muitos traços na bandeja, e o inalador a girar nas mãos das pessoas..
"Então, onde está?" - perguntei.
E a namorada do rapaz que ma tinha prometido, pegou nela e meteu-ma no colo.
Linda, linda, linda.. toda preta, com as pontas das patinhas brancas, e um risquinho branco a descer-lhe o peito. Ainda muito pequenina, com os seus 2 meses e meio, olhinhos ainda azuis do leite, e hálito a torradinhas.
Apaixonei-me logo.
Ela estava muito quietinha, provavelmente do fumo, devia estar com uma moca grande.. não se mexeu o caminho todo para casa.
Ainda me pediram pra ficar , mas quis ir para casa passar tempo com ela para a conhecer.
E de facto, a bebé cumpriu com tudo o que eu precisava.
Enquanto ela fizesse asneiras, estaria tão preocupada com ela, que me esqueceria das minhas cagadas emocionais.
Dormiu enrroscada em mim, na mesma posição que eu, e o pessoal da minha casa quando acordou e nos viu disse logo " tal mãe , tal filha".
Partilhamos o mesmo gosto por maçã, mas ela ainda gosta mais de fiambre do que eu.
O nome, foi uma complicação.
O pessoal que ma deu, queria chamar-lhe Cata.
Obviamente que disse "nem pensar". We love cata, mas há limites.
Os bacanos de arquitectura queriam chamar-lhe Carminho.
Os meus companheiros de casa queriam chamar-lhe Kaya.
E eu não me conseguia decidir. Nenhum nome jogava com o focinho dela, então deixei que o nome viesse ter com ela.
Uma noite, em casa a ver televisão, passei no Disney Channel e estava a dar uma série chamada "Boa Sorte, Charlie".
Ela começou a ladrar para a televisão, e eu perguntei " É Charlie que te chamas?"
E ela atravessou o sofá, aproximou-se, deu-me um beijinho no nariz e deitou-se para dormir.
"Charlie. É um bom nome".
Mas o que me convenceu , foi a primeira vez que a levei à rua.
Tudo muito novo, ela estava muito assustada.. só pedia colo, e apareceu uma senhora que se meteu com ela .
" Então, o que se passa pequenina? Estás a chorar porquê? Como é que te chamas?"
E expliquei à senhora que era a primeira vez que ela vinha passear, e como tal, era normal estar um pouco a assustada com tudo, mas nao lhe disse como se chamava a cadela.
E a última coisa que ela disse foi " Boa Sorte, Charlie".
Fiquei passada.
Pronto, cenas destas acontecem mesmo.
E é assim, a minha pequena labrador, agora com os seus 3 meses e meio, gorda e energética, continua a obrigar-me a não pensar em merda e a brincar.
Gosto muito dela, e toda gente também gosta.
Hoje pensei em ir comprar-lhe uns brinquedos novos, porque os velhos já se foram.
E uma coleira, porque o peitoral já não lhe serve.
E uma nova ração, porque esta que cá tenho, ela já se fartou.
É isto, a minha amiguinha de 4 patas e dentinhos agulha.
A minha Charlie.




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Eu gosto de mim. E tu?

Ora, ontem foi um dia para esquecer.. mas hoje compensou tudo.. até os meses em que estive separada da minha família.
É verdade.. voltei para casa, fiz as pazes com a minha mãe, o meu pai voltou a viver connosco e estamos mais unidos que nunca.
Não queria ter de tomar a decisão de deixar a minha família novamente. Agora também não é nisso que devo pensar. Nem consigo!
A Mãe diz que eu continuo linda, mas sinto ainda alguma fraqueza por causa de todas as drogas que ando a tomar.
 Ela não sabe disso, pensa que estou frágil porque estou deprimida. E estou. Pelos motivos que ela lá sabe numerar, e por todos os outros que ela nem imagina e que eu também não lhe conto para não a magoar.
Quero mudar.
Agora de volta a casa, sinto-me muito menos mal. Tenho mais vontade de me sentir bonita, o que antes não acontecia.. porque me sentia na merda. Perdi o gosto em mim.
Acho que aos poucos vou conseguir lá chegar, e voltar a ser confiante como era.
Ultrapassar esta depressão que também me tem feito esquecer um bocado que tenho valor e sinto coisas.
Quero conseguir, e para isso, queria ter a minha família ao meu lado.
Fiquei assim por estar sozinha. Já tinha dito aqui algures neste blog que sou péssima quando estou sozinha. Só faço merda.
Eu não faço sentido sem a minha família.
Ter saído de casa, foi um choque. Passar tanto tempo magoada, e com coisas por dizer e saudades.. pode ser tóxico, e comigo foi..
Preciso agora de me reestruturar. De me restaurar. De voltar a amar-me, que é coisa a que perdi o jeito e o hábito.
Há muito assunto por resolver cá dentro, no Universo da minha caixa toráxica.
Muita porcaria por limpar..
Experimentei a vida a sós e no terceiro dia, só queria acabar com ela.
Posso afirmar que o ser humano não é nada feito com matéria do amor. É só um animal faminto de sentimentos, confuso por os ter, e frustrado por não se conseguir livrar de alguns.
E o amor uma armadilha da vida, para nos lixar ao mais alto nível.
Somos apanhados , e quando nos tentamos libertar, saímos sempre todos feridos.
Gostava mais de antes. Quando não tinha de amar ninguém.
Amar é muito difícil, e cansa muito, e sempre fui tão preguiçosa com sentimentos que.. olha, deixei muito sentimento verdadeiro partir sem sequer ter deixado chegar até mim.
Recusei sempre a única coisa que os meus pais me poderiam oferecer indisciplinadamente: amor.
Sei muito bem que isso contribuiu também para o desabamento da minha família, mas.. agora quero ser melhor.
Preciso, QUERO, DESEJO, e VOU conseguir.
Eu amo os que me amam. Eu gosto de mim. E tu?

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Familia Mia!

Não sei do que quero escrever, sinceramente.
Ando com muitos problemas de expressão ultimamente, e não sei como os ultrapassar.
Gostava de poder voltar a falar com a Mãe, mas tenho medo que ela venha deitar abaixo a pouca fé que ainda tenho na palavra "Família".
Ela está desequilibrada, como diz a minha irmã mais velha.. é melhor deixar passar mais tempo.
Mas mais uma vez, tenho medo que passe tempo demais e ela acabe por se esquecer que eu existo.
Aconteceu com a minha irmã Joana.. porque não aconteceria comigo?
O Pai anda lá envolto dos seus pequenos grandes feitos, e volta e meia, também se esquece de me dizer alguma coisa.
Não sei muito bem o que esperar da minha Família. Se eu fosse pelo que o Destino me diz, provavelmente cagaria nela.. porque já me deu outra.
Eu e o Eduardo não somos muito cuidadosos no que toca a protecções durante o sexo.
Ando desconfiada de que já posso estar grávida e já lho disse. A resposta dele?
" Era a melhor coisa do Mundo. Se tiver um filho, ao menos que seja contigo".
Quando ouvi isto , passei-me. Gostei, claro.. mas acabei por ficar um bocado assustada.
Não tenho força nem vontade de ser mãe agora.. mas prometi que se acontecesse, assumiria.
Chega uma altura na vida das pessoas em que elas têm de deixar de pensar como crianças e começar a projectar.
Não me vejo ao lado de mais ninguém sem ser do Edu. Ele diz o mesmo.
Temos ido à terra dele, a Ferreira do Zêzere ter com a família dele.
A Mãe dele perguntou-lhe o que ele queria fazer da vida.
Ele diz que a única certeza que tem, é que me quer com ele, independentemente do que ele faça profissionalmente.
A Mãe dele adora-me e já me veio convidar para o Natal, e melhor.. veio-me falar de netos.
A senhora é amorosa, toda para a frentex! Mas filhos agora.. no way.
Só se tivesse mesmo de ser... só se Deus quisesse muito que eu e o Edu fossemos pais agora.
Tenho-me sentido estranha, mas também não posso assegurar que nao seja nada psicológico.
Porque muito provavelmente, é.
Pelo menos, espero que seja..
Nada me daria mais prazer do que ter a minha própria família.. mas ainda é tão cedo.
Durante muito tempo, pensei que os amigos também integravam uma segunda família para mim. Aquele segundo abrigo, para o qual pudesse correr quando o original falhasse.
E agora, acho que não. Só quero este homem. Só sei gostar dele..
Por outro lado, não falo com ele acerca de tudo. Tenho os meus segredos.
Eh pá, não é bem segredos, são mais.. cenas que se ele soubesse.. se passava.
Ninguém me trata melhor que ele, é verdade.. mas quando ele se passa..
Nunca discutimos a sério.
Se temos uma conversa um pouco mais acesa, calamo-nos e passados 5 minutos estamos de novo na cumplicidade idiota de sempre.
"Fofinha, faz aí um canhão"  - diz ele enquanto vemos South Park e rimos que nem parvos.
Geralmente, estamos sempre pedrados. Isso realmente nao deixa margem para grandes guerras.
O problema é as vontades.
Não conseguimos estar perto um do outro sem fazer nada.
Se eu estiver na cama, e ele por ventura me vem dar um beijo por qualquer motivo, estamos fodidos.
Basta a respiração um do outro. Basta a proximidade da pele.
Sei lá.. e depois é o problema do fucking preservativo.
Nós não conseguimos arranjar preservativos para ele. Rompem-se todos.
E depois, voltamos à vaca fria. Apetece-nos, e não nos conseguimos conter, e depois até me aparecer o Período ando assustadíssima.
Não sei, pá..
E agora vamos ter uma cadela. Uma pittbull toda preta que provavelmente se vai chamar Ozora.
Vai ser bom. Dispendioso mas bom.
Quando eu tiver concertos, ela fica com o Edu.
Quando o Edu for para a Universidade, ela fica comigo. Basicamente, ela vai ser maioritariamente a minha companhia.
Ah, merda.. esqueci-me que tenho médico marcado hoje. Porra.
Se não for hoje, tou na merda, porque preciso da pílula, ou então estou-me a habilitar.
Hasta.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Dizzy.

Eh pá, a minha vida está tão cheia.. sinto saudades da minha mãe, mas estou demasiado magoada com ela para fazer seja o que for em relação ao assunto.
Tenho-me aguentado bem. Tenho tido o Eduardo sempre por perto, e graças a isso sinto-me protegida.
O meu pai também anda preocupado comigo, mas tranquilizo-o sempre com um sorriso e dizendo que cá me oriento.
E é verdade.
Não vou mentir, esta cena toda que sem passado na minha vida, de ter saído de casa, deu-me uma sensação de estar completamente só. Tenho-me sentido muito só. Mesmo apesar de ter tido o Edu por perto.
Não tenho aquele sentimento de ter família quando me sinto triste.. e sinto-me triste muitas vezes.
Sinto-me com muitas saudades. De muitas coisas. De dias e de noites. De pessoas e de ex-pessoas.
Já não canto tanto como gostava. Já não canto as coisas que gosto.
E por isso, tenho composto muitas canções. Compus uma chamada " A Candle For My Family", que está qualquer coisa de fenomenal. Fala acerca da esperança que tenho em um dia voltar a ter uma família..
Escrevi outras mas que não interessam muito para aqui.
Passo muito tempo a sós com as guitarras, e isso dá-me certas ideias.
Fui há pouco ter com a minha irmã Rita. Bastou-me vê-la para desatar a chorar acerca de tudo. Porque pela primeira vez em meses me senti em casa.. e o alívio fez-me rebentar.
Agora mais do que nunca, preciso de amigos. Preciso de gente que me tire da cabeça os maus pensamentos que carrego silenciosamente no meu dia-a-dia.
Vamos ver agora como me safo..
Sinto principalmente falta dos meus animais. Da lealdade deles.
Sinto também falta de desabafar. Tá bem que tenho este blog mas, não é a mesma coisa.
Ando cheia de necessidades.. de saudades.. de medos.
Não ando desequilibrada felizmente. Só um pouco tonta.
Antes andar tonta que não me conseguir levantar do chão com o peso dos meus problemas.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Carpe Diem

Ando-me a sentir um bocado anormal ultimamente.. umas vezes sem chão, outras sem tecto.. até que por fim, há uns 3 dias, tudo terminou.
Cheguei a casa, cansada e de guitarra às costas.. e a minha mãe só me disse " Pega nas tuas coisas e põe-te a andar".
Minutos antes, um homem veio ter comigo. Um guarda nocturno lá da minha zona.. e ameaçou processar-me por eu ter dito à minha mãe que ele andava metido em roubos.
Esforcei-me por tentar explicar que aquilo que eu tinha dito à minha mãe tinha sido uma conversa superficial e que usei o termo "ouvi dizer".. e que não era jamais para o prejudicar! São conversas que se têm em família!
Ele olhou para mim com olhos de quem não dá a mínima hipótese. Ele já me tinha na mira há uns meses.. e queria lixar-me, como já tinha tentado fazer quando foi dizer ao meu pai que eu fumava ganzas.
Falhou redondamente, uma vez que o meu pai já sabia.
De qualquer forma, acabou por ir fazer o mesmo à minha mãe.
Enfim, lixei-me de verdade.
Estou agora a morar com uns amigos.. numa rua conhecida da cidade.
Perto dos sítios onde toco e perto dos meus amigos mais próximos.
Tenho tido a ajuda do Eduardo, que tem sido um fofo comigo. No sentido de me equilibrar e fazer com que eu não perca a calma.. no fundo a fazer-me feliz.
Antigas memórias insistem em voltar para me assustar e me lembrar que a vida passa muito rápido mas que permanece muito presente ao mesmo tempo. Como um passado que nunca passa realmente.
Enquanto que algumas ideias me fazem pensar no medo que sinto do meu futuro.. tão perto, tão desconhecido.. tão incerto.
Sei lá eu se a droga é refúgio. É mais um prazer .. quase uma extravagância minha.
Estudasse.
E aqui vou eu, devagarinho.. a ter calma com tudo.
Sinto saudades de quando não tinha de me preocupar com nada. Agora fico frustrada por ter que pensar em tudo.. e horas e horas e horas seguidas.
Não me rouba o sono, porque esse.. acaba sempre por vir, mais ganza menos ganza.
Mas atulha-me a cabeça.. que misturada com a droga, me consome e parece que me vai fazer explodir .
Tenho que manter a calma, lá está.
Como diria um amigo meu , "carpe diem".

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Rolling, SouthPark and Love

Como é que chegamos à conclusão de que fomos uns autênticos idiotas e que julgámos as pessoas pelo que os nossos olhos viam?
Tenho tido vários tipos de desilusões. Alguns mais fortes, outros mais esperados.
Não lido bem com a desilusão, pá. Mesmo nada bem.. E confesso que já andava para rebentar há algum tempo. Tenho andado sozinha, e céus, como a solidão me assusta.. faz-me pensar mas ainda assim fico sem saber o que fazer em relação às coisas que vivo. Fodidíssimo.
Sabem, tenho mudado de visão em relação à Vida. Tem sido boa demais para mim, mesmo apesar de me afastar de certas pessoas, e sobretudo por me ter trazido outras.
Não andava à procura de nada, só me queria esquecer que algum dia tinha sido de alguém, e não pensar mais acerca disso.. mas é sempre impossível, porque o tempo passa e se temos coisas engasgadas, não conseguimos ultrapassar, e piora com ele.
Mas não pensei em nada disso naquela noite.
Um bando de amigos sentados numas escadas a fumar umas ganzas a seguir a um concerto meu.. tudo perfeitamente normal. Um ritual ultimamente bastante frequente, apenas o cenário e as pessoas é que mudam.
E lá estavamos nós, um bom grupo, numeroso e querido. E estava-se a passar muita coisa ao mesmo tempo.. o patrão queria beber um shot comigo, havia um grupo de universitários a pedir-me que cantasse para eles, a Marcela queria estar comigo, o Garrido estava podre de bebâdo.. sei lá, muita coisa ao mesmo tempo.. então fui tratar de uma coisa de cada vez.
Quando voltei para me reunir com os meus amigos outra vez, havia um espírito de mega destruição entre todos e especialmente entre os três malucos presentes : Eu, a Marcela e o Eduardo.
Ele andava a rondá-la. Coitado, não fazia ideia de que a Marcela estava ali porque queria estar comigo.
Era um puto giro, com cara de malandro e que me estava a desafiar para uns tiros de MD.
Decidi cagar na boa pessoa que há em mim,  e lá fomos nós comprar o mambo.
A Sé foi para onde fomos. Enrolar ganzas, mandar traços, cantar e beber.
Mais uma vez, um belo e frequente cenário.
Peguei na guitarra numa de me satisfazer um bocado, porque me sentia ali um bocado à toa.
Estavam todos em êxtase por ter passado para a terceira fase do programa.. então lá toquei umas quantas canções.
E foi aí que ele largou a Marcela.. iniciou-se tudo de repente em mim.
Ele tinha-me tentado beijar ali umas duas ou três vezes. E a aproximação dele, não me foi nada estranha.. foi como se já fizessemos aquilo desde sempre.
Chegou a hora de decidirmos o que fazer do resto da noite e ele propôs que fosse a casa dele.
A Marcela agarrava-me e dizia-me que também ia, mas depois puxava-me e ao meu ouvido dizia para ir antes para casa dela.
Mas não. Eu queria aquele miúdo.
"Nepia, esquece Marcela.. se for contigo adormeço.."
Mega desculpa para poder partir sem novelas.
Fomos então até às máquinas , e ele apressou-se em dizer para irmos para casa.
Nem pensei mais. Disse só "bora!"
Deixámos o pessoal seguir o seu rumo e bazámos antes deles.
Andámos uns minutos, até que ele me beijou a sério.
Subiu-me um arrepiozão pela espinha acima. Como se estivesse com febre.
Vimos o caminho todo a dar beijinhos e a brincar , ao mesmo tempo que conversávamos acerca de tudo.
Quando chegámos a casa dele, nem me lembro bem de como foi. Sei o que senti... mas não me lembro de como foi.
Sei que mandámos mais uns traços, e fumámos uns bobs.. mas não me lembro ao certo o que se passou.
Acordei ao lado dele, e soube-me bem.
Tão bem, que fiquei ali mais uma noite e um dia.
Ele faltou à Universidade.. e ficámos na cama os dias todos a fumar e a namorar.
Acabou por se tornar um hábito.
Sempre que ele volta da escola, falamos por facebook e vou ter com ele.
Durmo muitas vezes com ele.. passo dias seguidos que não apareço em casa.
Estes dias, acabei por desmarcar tudo com toda a gente por querer estar com ele.
E divertimo-nos imenso juntos!
Fazemos ganzas enormes , e vemos filmes, e todos os episódios do South Park.
Não podemos cair os dois na cama, senão ficamos todos fodidos um com o outro.
Devemos ir a uma festa de trance no próximo fim-de-semana.
Pá, mas juro.. gosto mesmo tanto dele..
Acordar, olhar para o lado, e vê-lo , é qualquer coisa de muito bom que eu quero sentir até quando puder!
Ele perguntou-me se eu queria ser namorada dele.
Claro que lhe disse que sim, não é?
Preciso dele, e ele de mim.
É como ele diz "Sou o negativo e tu és o positivo. Somos ímanes".
Parece surreal.. isto não acontece em lado nenhum..
Ele está sempre a perguntar " Como é que é possível? De onde é que tu vieste? "
E diz-me tudo o que pensa. Isso é brutal.
Adoro saber o que ele acha mesmo que isso nao corresponda ao que eu gostaria de ouvir.
Dou muito mais valor a que ele me seja sincero do que me encha os ouvidos de promessas de plástico.
É um boneco.. é um puto lindo, maduro e esperto. Só diz o que precisa ser dito. O que vem a mais é puro carinho dele.
Ele agora está ali a dormir .. são 4 da manhã e ele amanhã tem aulas.
Devo ficar por cá, devo dormir cá também e esperar que ele chegue à uma.
Adoro-o tanto..
Nunca me senti assim.. nunca, nunca, nunca..
Basta ele olhar para mim para eu ter vontade de .. sei lá do quê..
Ele toca-me e eu derreto.
Ele fala comigo e eu vibro . E o mesmo se passa com ele.
O tempo pára dentro deste quarto.
Passamos muito tempo juntos, e ele parece mesmo que pára.
No entanto, parece que nunca é suficiente.
Pronto, pá.. somos um casal, com pernas para andar.
Malucos, varridos.. mas juntos.
Queria poder dizer "Ah, já nao me sinto assim desde.." mas não posso.
Nunca me senti tão cega, tão presa a ninguém.. E ele diz o mesmo.
O que me prende é talvez as altas probabilidades de ser feliz ao lado de alguém que é igualzinho a mim.
Diferente, claro.. mas muito igual em muitos sentidos.
Tanto, que até mete impressão.
Sabemos os dois ser filhos da puta.. isso está à vista.
Temos os dois a mesma cara de malandros. Somos giros de se ver.
Enfim, vou-me juntar a ele, e tentar dormir, que a pedra já vai alta, e eu estou a morrer.
Era mesmo só para desabafar.
Bjufa!!

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Querido PC

Olá, computador.
Queria apenas desabafar um bocadinho tudo aquilo que se tem passado na minha vida ultimamente e que por mais que adore a Joana, ela não tem tido tempo para ouvir.
Bom, a Mãe anda mais calma. Desapareço, e depois lá apareço em casa, de dois em dois dias , e a ajudo com o que posso. Sei que isso a magoa. E preocupa-me que um dia ela precise de mim a sério, e eu não esteja lá. Queria mudar isso, mas não consigo. Já não tenho controlo sobre a minha vida.
 A minha irmã mais nova, vai de mal a pior. Agora até trata mal a mãe (o que é estranho, porque elas sempre foram unha com carne).
O Pai, lá tem a vidinha dele. Agora já não estou tanto com ele, mas é porque temos os dois muito trabalho.
Confesso que tenho saudades de viver com todos eles na mesma casa.. mas Shhhh.. isto nao sai daqui.

Em relação a relações, tenho feito alguns amigos. E descoberto amigos nos meus amigos.
Tenho estado agora muito mais com o Dário. Vou lá ao café dele, faço-lhe o jantar, janto com ele e com o Gil, e depois ajudo-o a fechar aquilo.
Da minha casa ao café dele, ainda são a pé uns 3 kilómetros, mas fazem-se bem, porque os faço a pensar na excelente companhia que vou ter o resto da noite.
A Joaninha também é uma ajuda muito importante.
Apesar de que tive uma conversa com ela, em relação a atropelarmo-nos uma à outra de vez em quando.
Ela é indubitavelmente a minha melhor amiga. Temos que ter paciência uma com a outra.
O Pavlo.. meh.. birrento como sempre. Agora acha que ninguém quer saber dele, mas quando perguntamos como ele está , ele nem sequer responde.
As pessoas e os seus silêncios...

De vez em quando, temos Ladies Nights. Eu, a Joana, a Carol, a Nicole e a Mafalda.
5 Damas de Ferro.
Geralmente andamos pela Horta das Figueiras.. ou simplesmente por aí.
A Mafalda é namorada do Augusto.. e eu não sabia.
O que acontece é que ele é um bocado óbvio no que toca a fazer-se ao piso.
E de repente, conheço a namorada dele. Daí, ter dito há uns dias que o Mundo é pequeno.

 Houve algumas pessoas com quem perdi o contacto, mas não adianta falar disso.
Sinceramente, cansei-me. Passei à frente.
 Agora acho que vou viver pra Lisboa.. ainda não sei como vai ser.
E é isso, está tudo em aberto.
Yeah, precisava mesmo disto. Obrigada, PC por seres tão paciente. Beijinho

Cadeia de Interesses

Cada vez mais, noto a quantidade de gado que se faz passar por alguém que gosta de mim.
Não faço nada quanto a isso. Não porque gosto que finjam que sentem calor por mim, mas porque não adiantaria de nada.
Esta história toda de eu estar neste programa de televisão.. a maior parte das pessoas nem imagina que eu não estou nem um bocado entusiasmada.
É tudo uma fachada.. as pessoas vibram quando me têm por perto e deslumbram-se com a possibilidade de eu vir a ser conhecida.. e eu não tenho como lhes fazer cair a faixa e trazê-las de volta à Terra.
Probabilidades de ganhar? Bom, tantas como qualquer outra pessoa.. mas vontade de o fazer? ZERO.
Eu tenho trabalho, eu dou os meus concertos.. não preciso deste programa para nada.
Mas deixei que me metessem nisto, e agora tenho que ir até ao fim.
Acho que só ainda não desisti porque de facto está tudo muito bem encaminhado e é muita gente para eu desiludir.
Uma cadeia de interesses.. as pessoas querem-me no programa para eu ficar conhecida e poderem usufruir do meu trabalho, o máximo que puderem.
Ganham mediatismo, o seu minuto de antena e ainda podem dizer que são meus amigos.
O pacote perfeito.
E eu que sou uma chorona, que se refugia nas drogas (e elas cada vez mais variadas),  já tento de tudo para não ter de ouvir " Tens que ganhar isso!" ou " Tens que fazer publicidade aqui ao bar".
Estou cansada.. é-me exigido muito.
Eu não digo que não me tenha divertido, lá naqueles dois dias em Lisboa.
Sim, diverti-me. Conheci gente super porreira..
Gente super porreira que não passou à fase que eu passei.
Diverti-me com as pessoas, a cantar com as pessoas, de borla, sem merdas.. apenas pura paixão pela música, que é isso que deve existir, que é isso que une as pessoas.
Eu sou assim..
Esse é o meu X.
Não fui feita para me vender. Apenas gosto de partilhar o pouco ou muito que possa ter.
Não quero os holofotes todos em cima de mim.
Não quero a imprensa a chatear a minha família.
Quero só ser feliz, mesmo que seja apenas só.
Só.

domingo, 15 de setembro de 2013

Doce Oposto


Confesso que existe uma rapariga, não muito longe de mim, que me deixa tonta cada vez que a vejo.
Tenho a plena noção de que ela me quer mesmo muito, mas anda alguma coisa a travar-me.
Eu quero estar com ela, mas parece que se passa sempre qualquer coisa antes de a encontrar que me faz recuar e tratá-la como apenas uma amiga.
Isso dá cabo dela.. ela já mo disse. É engraçado como ela me sabe dizer tudo o que tem a dizer.
Ela põe os braços à minha volta, encosta a testa dela na minha, e diz-me o que lhe vai na alma.. e isso é impagável.
Eu que sou uma pessoa que precisa mesmo de entender as coisas que se passam à sua volta, dou imenso valor a ela confiar em mim o suficiente para me dizer o que sente sem medos, nem travões nem tabus.
Porém, não faço o mesmo com ela... acho que sou mais de receber informação do que de dar.
Não sou boa a exprimir-me com palavras e conversas. Tenho sempre tendência a fazer asneira, porque se me escapa tudo na hora em que vou começar a falar, e surge outro tipo de coisas na minha cabeça, que não diria inicialmente.
É complicado.. eu sei que a magoo constantemente. Sei que se eu lhe pedir ela vem ter comigo aonde eu estiver.. sei que se eu a beijar, ela é minha. Sei que se eu lhe tocar ela se arrepia toda.
Eu sei que ela gosta de mim.
Aparentemente, se tivessemos uma relação assumida, eu seria o Homem.
Acontece naturalmente. E eu ajo muito como um, ao pé dela. É instintivo.
E ela é tão bonita... quem me dera gostar mesmo dela, tal como ela gosta de mim.
Quem me dera poder dar-lhe o que ela quer.
Quem me dera repetir aquela noite.
Quem me dera não gostar tanto do seu doce oposto.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Memória

Pá, acho que ando com a puta da paranóia. Sei lá, acho que ultimamente, sou esquecida muitas vezes.
Cada vez mais.
Sei que não me esforço muito por ser inesquecível para ninguém, mas reparo que volta e meia sou metida numa prateleira poeirenta e suja de tudo menos saudades.
Sinto-me ser querida e amada por gente que para mim não suscita qualquer interesse.. e sinto-me cair nos braços de pessoas cujo abraço nem me sabe bem.
Não sei, talvez seja paranóia, mas começo a perceber como tudo funciona.
As pessoas conhecem-me, encantam-se, têm-me no pensamento uns tempos e a seguir dá-se um colapso na memória e eu sou metida numa gaveta.
É a melhor teoria que encontro, e a que me faz doer menos o peito quando penso nisto.
Porra, serei uma vítima do problema de expressão de alguém, ou apenas uma pessoa que não é inesquecível?
Porquê o silêncio? Detesto-o! Faz-me chorar! Faz-me sentir só e triste e eu não quero sentir-me assim.
Não preciso também dos sorrisos amarelos do género "gosto de ti só às vezes". Merda pra isso.
Quero apenas que não me esqueçam! E se me esquecerem, que ao menos seja por um bom motivo.
Nem peço saudades sequer, que isso.. ou se tem ou não se tem.
Só não quero ser de novo posta na prateleira..
Eu seria incapaz de meter alguém numa prateleira do esquecimento. Não se faz.
Faço por todas as pessoas que conheçam tenham um pequeno papel importante na minha vida, e nunca esqueço uma cara.
Nunca esqueço principalmente uma voz.
Eu sou humana, sinto saudades de ser esquecida magoa-me.
Não me quero lembrar de mim, como alguém que foi esquecida antes de ter oportunidade de criar a sua memória.

Change My Mind

Já se andava a arrastar algum tempo, esta minha vontade de lhe dizer o quanto o quero.
Que já não é curte, que já não é amizade.. já não se trata só de estar por estar.
Sei que tínhamos combinado não nos apaixonarmos, nem estava à espera. Mas olha, estudasse.
O que mais me irrita, é que no momento em que eu queria explicar tudo, frente a frente e olhos nos olhos, veio-me à cabeça um monte de merdas que me magoaram e me fizeram dizer a maior mentira de sempre: que eu não o queria mais.
Não sei como ele ficou, ou o que sentiu ao ouvir as minhas palavras, mas nem sequer me tentou dar a volta, nem perguntou porquê.
Lá  fingi que estava mega bem, e decidida.. mas só me apetecia desaparecer.
Queria abraçá-lo e dizer-lhe "esquece o que eu disse e dá-me um beijo".. mas já estava feito, e ele parecia conformado.
Não queria de maneira nenhuma pressioná-lo, nem magoá-lo.
A verdade é que comecei a ver que as nossas vidas eram muito melhores um sem o outro.
Nunca lhe pedi nada, nem nunca exigi nada.. no entanto, também não corri atrás dele.
Engoli sapos, senti-me mal em certos locais e situações, e sempre sofri em silêncio para ele não ter de provar nem um bocadinho do que eu sentia.
Então aqui estou eu, sentada à frente do computador, a cumprir um ritual nosso.. a pensar nele, e a querer desesperadamente voltar a vê-lo.
À beira de lágrimas, enraivecida comigo mesma e com ele.
Mas já não está nas minhas mãos.
Eu sei que consigo ser melhor que isto, e ele também.
Confesso que neste momento, nada me saberia tão bem como tê-lo à minha frente, mas por enquanto, só tenho o sorriso dele marcado a ferro quente na minha cabeça, e a lembrança do toque dele no meu peito.
Não sei se vou ficar bem.. só sei que preciso dele.. e que não me lembrava de estar tão mal por causa de alguém há muito tempo.
E que.. há muito tempo que não me fazia tanta impressão perder alguém.
Só me resta pedir desculpa pela frieza e pela facilidade com que disse o que disse ontem.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

The Real Truth

I really miss you ...
I miss you're smile and those sweet words that you used to say to me ...
I miss those songs that you used to sing for me .
I miss the moments When we shared the feeling of making music together .
I miss your smell, and your strong arms that used to be around my body, keeping me from falling.
I miss falling asleep right next to you,
and most of all,
I miss that moment when we shared our love, our body and soul and became one .

- Joanna Juuh -

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

There He Was

So, there he was.. Lying next to me, in a bed that wasn't ours
We weren't watching the clock, but we've been there for hours
Hours of kisses, times of joy
Like I'm the wrong girl, but he's the perfect boy.

Feelings are fucked up, I messed them a bit between the sheets
But damn, his eyes read so true.. and even tough he hurts me, I think he is so sweet.
And so his fingers touched mine, and I felt a little dizzy
I broke the line, and there I was, all crazy.

So many things I'd like to say
So many wrong thoughts that I should not save
Gotta keep it real and not run away
Gotta take it all and missbehave.

So there he was.. looking at me with his big brown eyes
I felt a little rush inside myself that I could not even disguise.
But why should I care? Why should I hide?
He knows whats up, there's no need to lie.

And there I was, desiring his lips so bad that I could barely stare at his face
I didn't want to be in any other place..
If I could, I'd had made that moment last forever
If I could, I'd go back in time and break my promise and never say never.

Too late, he's there, I'm here.. it's over.
Got his love under my skin and and his touch as my cover
I hope he is okay whrn he's not around me.
And this line ends up with his name.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Para Ti ...

" Tenho saudades ...
 Saudades de te abraçar como abraçava... Saudades também daqueles nossos "mini-treinos" no nosso spot ...

- O que aconteceu a todas as coisas lindas e queridas que me dizias ? O que aconteceu a todos aqueles momentos ?
Só te queria pedir uma única coisa ...

Assim como Eu Não Me Vou Esquecer de Ti, nem do que Fizes-te por Mim;

Não te esqueças de Mim . "

- Joana Juuh -



Já nos entregámos

Ok, quero começar com uma pergunta: Até que ponto vai uma atracção?
Juro, estou aqui sentada a escrever, a pensar que já me fodi e que provavelmente é melhor dedicar-me à agricultura.. porque fuck my life.
Estou completamente absorvida agora por este pensamento, sinto vontade de gritar, mas sinto-me tão calma.
Onde é que começa uma atracção?
Será aquele olhar, aquela forma de ver alguém através de uma lupa que amplia tudo à escala da perfeição?
Será o desespero, de querer ter alguém tão perto de nós , que mesmo durante um abraço se nota que não estamos perto o suficiente?
Será a pequena tristeza de guardarmos um segredo e invejar cada beijo, cada gesto e cada passo da pessoa de quem gostamos, quando a vemos com outro alguém?
Acho que é tudo isso e mais alguma coisa, sinceramente.
Gostava de compreender até que ponto somos capazes de ir em nome de uma atracção.
Acho que somos capazes de passar por cima de amizades, por mais duradouras que sejam.
Acho que trair se torna válido , a certa altura.
E o coração bombeia mais sangue que o habitual, logo, estamos fodidos.. não há escapatória possível.
Começa com um abraço.. depois um momento tenso entre os lábios de cada um.. e aí vem a dúvida.
Mas chega um beijo, o primeiro, que é sempre aquele que custa mais, mas que sabe melhor.
É verdade.. o primeiro e o último beijo são sem dúvida os que sabem melhor.
Quase tão bem como a carícia que surge como que se fosse uma ligação entre o soft e o que está para vir.
E nós, burros, fechamos os olhos, e deixamo-nos ir.
Esquecemos tudo e mais alguma coisa.
Quando damos por nós , já nos entregamos.
Enfim, não há muito por onde fugir , já disse.
Normalmente, resulta tudo num grande segredo partilhado por duas almas perdidas no meio de 2 lençóis.
Não consigo explicar o quanto isso sabe bem, nem o quanto me faz sentir péssima depois.
Bom, já disse o que tinha a dizer.. vou-me embora!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

I've Been A Douchebag All Night

Okay, so.. today I'm writting in english cause I'm pretty fucked up with myself.. and maybe the things I need to say come out better this way.
I feel like shit.
Last night was crazy and right now I just realized how stupid I was about everything.
It all started when my mom asked me if I wanted to go to the bar I go every night with her and I said yes.
Its all fine, nothing wrong about this..
We went there, and she sat on a table talking to her friend while I stayed in another table with my friends.
There's this girl, who meets us every day in that place. I pretend to like her, because everybody does it.
She doesn't like me at all, but we figured out a way of passing through it without making people feel akward.
Yes, I played false and I feel terrible about it.
I wish I could just go back and not laugh about her jokes, or ignore her because I truly do NOT give a fuck about what she says.
But it's already done and I can't turn back time..

And then, I left my friends behind, because I wanted to go to another bar, to get drunk and high with other people.
I left the place where my mom and friends were, with a guy that I've been involved with a few months ago.
How cool..
And we entered in that bar, and I found all the people I should try to avoid.
I just couldn't.
I smoked a joint, and drank a bottle of water with MDA.
Got all fucked up , but still bored.
I needed a guitar, like.. so much, but nobody had one.
So, I went to the TV room, sat on a couch and started to watch a movie with Johnny Depp..
Started to laugh alone and then I just left.
I was meant to go to the vending machines in the corner of the square, but I found a João.
We went to the hot dog thing , ate and then we went to his house to get the guitar.

We went back to the bar I was at first , and started to play.
And then, everything suddenly got out of control. People calling me from every spot , to smoke and drink and I didn't fail one invite.
My head was exploding, it was like I had a big music monster inside me that was telling me "sing sing sing".
I couldn't stop.
And then some other people showed up.
Germy, Buzz, Grilo.. everybody.
All the people I'd like to not see.
Fortunatly, João got me good , and told me "I know what's going on, and if you leave this table for anything, I'm gonna be mad at you. Forget them."
That's what I did.
And then I got so sad that I just.. left.
Went home, alone .
Night was freezing, and my heart was pumping more blood than it ever did.
I thought I was going to blow up in the middle of the street in any minute.
So I sat down on a bench.. had a cigarette.. and cried a little.
"Got to take this all out of myself. Gotta find a way to burn all this crap inside me."
I think I stood there, in that bench for hours.
I left the bar at 3h.. got home and 6h.
I dont't know, I wasn't sad about anything in general. I was just mad at myself because of my atittudes that night.
"Fuck, I've been a douchebag all night."
So just walked home, opened the window, lied on the bed and slept.
When I woke up, this huge hangover fucked my whole humor.
Mom and dad were arguing because dad is moving out today to his new house and he needed the car to take his things there.
So much screaming and hate in their words. Just made me feel worse.
So here I am now, sitting on my couch, while mom is pretending she's busy just to not see dad going away.
And there's dad waiting for me, to go with him and help him.
I just feel terrible.
Like.. fuck my life.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pensar Cansa Tanto ou Mais do Que Correr

Ando com uns pensamentos ultimamente, que não são nada normais.
Apetece-me sempre estar sozinha, e se não for alguém a arrancar-me de casa à noite, nem faço tenções de sair.
Digo que não é normal, porque porra, tenho 19 anos e devia mas é aproveitar a vida enquanto posso, e não estar introspectiva e pensativa como tenho andado.
Acho que é tudo uma questão de dúvida.
Muitas perguntas e poucas respostas e uma sede enorme de entender tudo. Isso acho que me define como pessoa.
Acho que define toda a gente, aliás!
E acabei por compreender, que preciso agora destes pequenos momentos de silêncio e solidão porque estive demasiado tempo abafada pelo barulho dos outros e na companhia de pessoas que francamente, não me são nada.
Confesso que nessa arte de reflexão, a escrita me tem ajudado a digerir muitas coisas, que a falar e a pensar, não consigo encaixar na minha vida e em quem sou.
Compreendi que não tenho uma personalidade definida e que isso nem é mau, porque é o que faz de mim a artista que sou. Pessoa também.
Faz sentido, pelo menos na minha cabeça.
Entendi agora porque é que o meu humor varia tanto, e porque é que sou tão diferente a cada dia que passa. Percebi porque sou tão flexível , em termos de relações e não só! sou flexível em tudo o resto.
Isso deixa-me menos preocupada, porque assim são menos perguntas a que tenho de encontrar resposta.
Não tenho que me encontrar, só tenho de me deixar acontecer.
E este afastamento que tem acontecido, da minha parte em relação a toda a gente, é no fundo isso que explico agora: uma tentativa à minha capacidade de aceitar o que me rodeia, sem me questionar tanto como os outros fazem.
Odeio que me questionem e ponham em causa aquilo que eu sou. Isso só me suja a alma com mais dúvidas e me massacra com mais vontade de entender.
Pensar, cansa tanto ou mais do que correr.
O pensamento é um paradoxo! Porque o pensamento só leva a mais pensamentos e dificilmente se torna mais do que isso.
Então tenho-me sentido mais limpa e mais calma ultimamente.
Passo os dias sozinha, a tratar das minhas coisas, e a raciocinar.
E digo com toda a certeza, que nunca estou tão acompanhada do que quando estou sozinha.
Só depois à noite, é que me vou estragar.
É como se eu tivesse encontrado um equilíbrio : de dia, encontro as respostas e de noite, crio as perguntas.
Como um ying e yang pessoal.
Cíclico.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Kito, el chupa tiempo

Não há ninguém em Évora que não conheça a personagem mais chata, mais cusca, mais maluca e mais tudo que o Eurico aka Kito.
Anda assim como quem não quer a coisa, pelas ruas da velha cidade acompanhado pelo seu fiel cãozinho chamado Robin.
Alterna de três t-shirts, e dois pares de calças, e usa sempre os mesmo ténis pretos e laranja dos quais não se desfaz, para se queixar do quanto lhe doem os pés.
Adora falar acerca de tudo, como se tivesse a maior das razões.
Farta-se de mandar bacoradas no Português, e para ele, Inglês é equivalente a Chinês.
Porém há uma língua que conhece bem: a língua cigana.
Sim, o nosso amigo Kito é cigano.
Usa termos como por exemplo "estás-me a malabar", ou " paella ".
Faltam-lhe uns quantos dentes, por isso às vezes é difícil compreender as palavras que saem da sua boca.
Adora falar de amor.
Penso que desde que conheço o Kito, ele já se apaixonou por milhentas raparigas diferentes.
Quem lhe dá a mínima bola, nem imagina o que a espera.
O Kito diz saber amar, e que ainda procura o amor verdadeiro.
Meninas, é a vossa chance. É tipo o "Túnel do Amor", mas não têm de pagar nada. ahahhaha
Há dias Kito confidenciou-me que possuia sentimentos por mim.
Disse-lhe só "sooooona-te"!
Então vingou-se.
Kito pode ser verdadeiramente orgulhoso e vingativo, minha gente. "'Morr'eu " se não é.
E quando as pessoas não fazem o que ele quer, ele passa-se. E vais aos pontos fracos mais sensíveis para se vingar.
Mas Kito não é só desgraça ! Ele sabe cantar!
Canta uma canção super esquisita que só ele sabe como é.
Só ele conhece a métrica e toda a letra da canção.
É tipo, um rap manhoso que ele faz.
Depois, tem um lado muito sensível, mesmo à flor da pele.
Gosta de falar sobre a sua vida e os seus embroglios pessoais.
Seja a quem for.
Se estás presente, e aparentemente sem nada para fazes, prepara-te bem, porque vais saber a vida inteira de um homem de 36 anos.
Atenção , Kito aparenta na verdade ter uns 50.
Ele diz que foi a cocaína que o deformou todo.
É capaz.
Ah, é verdade, Kito vive na rua.
Tem um covilzinho ao pé dos Correios, com todas as suas coisas.
Diz que é sem-abrigo por escolha própria.
E governa-se através de donativos que lhe dão diariamente.
É viciado no chamon, e passa as noites a fumar charutos, na companhia do seu fiel amigo canino.
E este é Kito, minha gente. El puro, el verdadero, el chupa tiempo.

Ele Diz Que "É A Vida"

Bem, aproveitei o facto de não ter nada para fazer e decidi dormir um bocado no sofá.
Acho que não devia tê-lo feito, porque tive um pesadelo horrível, e quero contá-lo agora, porque foi muito forte.. e não me sai da cabeça.

 Tudo começa numa festa, onde estão todos os meus amigos. Estou super divertida a conversar com eles, quando "ele" aparece com uma rapariga ao lado.
Sentam-se os dois na minha mesa, e ele parece tão à vontade a mostrar que está com ela, que até eu me sentia à vontade naquela situação.
A princípio, até disse à rapariga que ela era giríssima e parecida com uma amiga minha de Albufeira.
Ela ri-se para mim, ao mesmo tempo que entrelaça o braço no dele.
Fico a olhar para ali uma data de tempo, a pensar que um dia eu já o tinha feito.
Chamo-me estúpida em pensamento , e tento não demonstrar que estou cheia de ciúmes.
Mas a hora de dançar chega, e todos se levantam para ir para a pista de dança.
Prefiro não ver, e vou até um amigo meu que me ia orientar uma almofada de erva.
Ele dá-mo, e a minha mãe aparece e diz que a erva faz bem mas é muito cara. ( isto é a parte estúpida da coisa, porque a minha mãe dizer uma coisa dessas, é equivalente a um elefante se transformar num unicórnio).
E lá ando eu, de um lado para o outro, abraçada à minha almofada de erva, quando noto nuns amigos que conheci no Harmonia uma noite destas.
De repente, estão os quatro rapazes presos num elevador e chego lá eu, e abro-lhes a porta.
Ficamos todos contentes por eu os ter salvo, e vamos todos de volta para a pista de dança, e quando chego a primeira coisa que vejo, é o rapaz de quem gosto a beijar a tal rapariga.
Sinto uma cena esquisita a crescer dentro de mim, tipo um misto de raiva, com ciúmes, saudades e muita dor.
Pego nas minhas coisas, e estou para me ir embora, já quase a chorar, quando ele vem ter comigo e me pergunta se está tudo bem.
" Pá, vai-te foder." respondo eu.
Pego na guitarra, e quase a parto contra uma mesa, e começo a correr dali pra fora.
Sei que vou a andar super triste, e chateada e a chorar pelo caminho e me aparece o João, que me pergunta onde é que eu vou naquele estado.
" Se vais ficar, fixe. Eu vou-me por a milhas daqui." e continuo andar muito rápido. Quando lhe respondi nem sequer olhei para ele, e ele agarrou-me por um braço.
"Vá, Teresinha, vamos pra casa e vais-me contar tudo."
E lá fui eu, a chorar o tempo todo, de guitarra na mão para casa do João.
Entrámos e sentei-me numa das poltronas dele.
Contei-lhe tudo, e quando ele me ia dizer alguma coisa, aparece a minha sobrinha.
" Tia Tesa, não fica assim. Sara tá aqui."
Começo a sorrir, e levo-a até à minha tia que está à espera dela no carro.
Dou-lhe o meu relógio, e volto para casa, mas desta vez, para a minha casa.
Noto que é a minha casa antiga, a primeira casa que tive em Albufeira.
E lembro-me de que o meu cartão do telemóvel estava dentro do relógio.
Fico toda fodida, e sem telemóvel.
Entretanto, pego no meu amplificador e nas minhas coisas e vou para um bar, porque tinha um concerto agendado.
Estava lá toda a gente, incluindo o rapaz que me tinha feito chorar horas antes, mas sem a rapariga.
Ignoro-o, porque ainda estou muito magoada, e monto todo o meu material de forma quase mecânica, e deixo tudo pronto para começar o espetáculo.
Vou até ao balcão, e quando volto está uma rapariga sentada no sítio onde eu ia actuar com o meu microfone na mão.
"Filipa, levanta-te, que eu tenho de começar".
Ela puxa o cabo do microfone, e parte-o.
Eh pá, nesta altura, lá estou eu de novo chateadíssima, e pego-lhe num braço e levanto-a do chão.
Olho à minha volta, e tenho-o a olhar para mim.
"Oh que caralho. Que se foda isto tudo."
Deixo tudo para trás, e do nada, estou na rua. Estou outra vez a andar muito depressa, como costumo fazer quando estou chateada.
Olho para trás, e vejo-o a vir atrás de mim. E ando cada vez mais depressa, mas ele apanha-me.
"Eu quero falar contigo" diz ele.
"Mas eu não quero falar" respondo eu.
Salto umas grades e entro numa casa.
Ele vem atrás de mim.
Entro numa casa de banho, no quintal, mas ele faz muito barulho a ir contra uns cacifos, e eu fujo dali com medo de ser apanhada.
Entro por uma janela, e dou comigo noutro bar.
Mas o bar tem a minha cama.
No meio do snooker, do fumo e de tudo, há um rapaz que grita "Oh, não se pode fumar ganzas cá dentro".
E deito-me na minha cama.
Não me consegui livrar dele, e ele deitou-se mesmo ao meu lado.
Desatei a chorar.
Perguntei-lhe porque é que ele me fazia aquelas coisas.
E ele disse "não sejas parva."
E deu-me um beijo, apaixonado e longo.
Lembro-me que estava tão magoada e tão partida cá dentro que nem sequer o parei.
" E agora vais ter com ela." disse-lhe eu.
" Desculpa." respondeu.
Levantei-me, e deixei-o ali e fui devagarinho até a casa de alguém.
No caminho, pensei que talvez ele ainda gostasse de mim, porque se tinha preocupado em ir atrás de mim, mesmo apesar de estar com aquela rapariga.
Pensei "é a vida."
Entrei na tal casa e vi o Ti Camel, que me abraçou e disse que ia correr tudo bem.
Foi quando acordei, com o telemóvel a tocar. Era o João a perguntar se estava tudo bem comigo.
" Porra, que timming, João!" disse-lhe quando atendi.
Contei-lhe o sonho todo e ele disse-me para não me preocupar porque para o que eu precisasse, ele estava ali.
E fiquei deitada, no sofá a pensar o quanto sinto a falta dele, e das mensagens dele e de ele me dizer que quer estar comigo.
As saudades são qualquer coisa de super fodido e às quais perdi totalmente o controlo.
Mas não posso fazer nada.
"É a vida".

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ele Nem Se Apercebe

 Eu acho que ele nem se apercebe.
Não se deve aperceber de nada, porque eu também não mostro.
Mas gosto tanto , tanto , tanto dele.
Ele é um puto. Estúpido, e casmurro e parvalhão. Só me apetece bater-lhe, de cada vez que abre a boca.. mas tem qualquer coisa de especial.
Agora as coisas não têm acontecido, já nunca estamos juntos, e se estamos é por acidente, quase.
E isso não me incomoda, só me preocupa.
Às vezes gostava de saber como ele realmente está. À parte dos sorrisinhos , que muitas vezes são falsos.. à parte de ele dizer que está tudo bem.
Tipo, eu sei que não está! Ele é um adolescente, logo não pode estar tudo bem com ele , nunca!
Eu acho que ele se perdeu algures na parte em que nos envolvemos.
Acho que perdeu o norte, e ficou com dúvidas acerca de tudo.
Sinto-o desinteirado, confuso e distraído. E sobretudo, com muito peso na consciência.
Não em relação a mim, até porque não tem motivos para tal.
Mas em relação a ele mesmo, e à vida que ele já tinha antes de eu aparecer.
Se a droga ajuda ou não a esse monte enorme de questões, eu não sei.
Talvez desajude.
Irrita-me porque ele é um desperdício!
Ele tem tudo para ser brilhante, e ter uma vida lindíssima, mas está preso a qualquer coisa , que eu não compreendo o que é, porque ele não me mostra, ou não me diz.
A minha preocupação, não vem do facto de ter estado envolvida com ele, mas sim de gostar mesmo dele, como pessoa. Não quero usar o termo "amiga", porque nem sei se sou isso.
Às vezes, sinto-o estranho. Mesmo à distância.
Ele tem flashes, e vai-se abaixo muitas vezes. Tenho a certeza, mas mesmo absoluta, porque lá está, como eu disse, eu sinto-o.
Não lho posso dizer diretamente, porque não sei se ele vai acreditar, ou se vai interpretar da forma errada.
Não controlo isso, e como acontece com ele, acontece com mais pessoas.
É mais o facto, de que eu me importo realmente com o que ele sente, quer e pensa.
Às vezes gostava de chegar ao pé dele e abraçá-lo.
Não numa de me fazer a ele, porque não preciso disso.
Mas sim numa de lhe mostrar que se ele precisar, estou aqui.
Que ele não precisa de guardar nada pra ele, porque isso só o sufoca.
E que acima de tudo, ele não está sozinho e não o vou julgar por nada.
Não sou boa faladora, mas sou uma óptima ouvinte.
E às vezes nós não precisamos de ouvir. Precisamos só de desbobinar tudo o que se passa cá no interior.
E eu acho que ele não se apercebe disso. Acho que ele anda a entender tudo mal.
Não me apaixonei, apenas transformei o que sentia em qualquer coisa mais simples.
Mas eu acho que ele não se apercebe de nada.


Acho Que Não Vou Mudar..

 Tenho uma queda especial para o perigo
Não é novidade, é o que se passa comigo
Todos os dias corro riscos e enfrento tempestades
Deixo a paz um pouco de lado, e recorro às hostilidades.

Sei que não tem de ser assim
E que se quisesse podia ter uma vida bem calma
Mas o perigo faz parte de mim
É quase noventa por cento da minha alma

É eu estar no limite do suposto ,
Saber que já me está a falhar o corpo
E mesmo assim não recusar o gosto
E dar mais um golo em qualquer copo

É eu saber que não devo ir mais além
E ainda assim entrar num carro
Desligar-me de tudo o que me faz bem..
.. e lá está, fumar mais um charro

Ter hipótese de escolha
Não tem qualquer um
Eu tenho, e sei que sou trolha
Porque pela vida não tenho amor nenhum

Perdi-o algures, a meio do meu caminho
E sinto-me mal por tê-lo perdido
Mas quando se vive assim sózinho,
Acaba-se por tomar tudo por garantido

Se tenho pena, se me modifico
Todos me caem à perna e me dizem que sou louca
Mas se quero voltar atrás e me justifico
Nem eu mesma acredito numa unica palavra que me saia da boca

Não consigo viver com medo
Mesmo sabendo que anda aí muito má gente
Toda a gente sabe, não é segredo
A forma como a gente lida é que é diferente

Vou continuar, pois, lá terá que ser
Senão nem me consigo sentir pessoa
Logo à noite, já sei que me vou foder
Porque aquela droga é mesmo muito boa

E vou chegar mais uma madrugada a casa
Alterada e cansada
Com a vergonha debaixo da asa
Mas feliz por ter conhecido mais uma estrada




Jogos de Família

Bom, como toda a gente sabe, a minha família sempre foi adepta de jogos e desafios em conjunto.
Não há hora marcada, nem sítio. Os jogos pura e simplesmente dão-se.
Claro que não são jogos normais, tirem o cavalinho da chuva, porque se alguma vez jogassem um dos nossos jogos, a seguir o mais provável era suicidarem-se ou assim.
Ainda agora estivemos a jogar ao "Quem É Que Destruiu A Nossa Família". Consiste basicamente em cada um dos elementos mandar as culpas pra cima dos outros. Normalmente, sou sempre eu que ganho, embora o Pai já tenha subido ao pódio durante uns anos.. mas sinceramente, acho que há um empate. E cá para nós que ninguém nos ouve, acho que a Mãe faz sempre batota.
Acabamos cada um no seu canto, e segue-se o segundo jogo, que também é muito engraçado.
Chama-se " Vamos Lá Acordar os Vizinhos".
Geralmente, começa a Mãe, que faz sempre equipa com a minha irmã.
E o jogo consiste em gritar alto o suficiente, coisas a meu respeito, para que todos os vizinhos possam ouvir o quão horrível como pessoa eu sou.
O Pai quase nunca joga, porque lhe começa a doer a cabeça, por isso tenho de jogar sozinha contra elas duas.
Escusado será dizer que perco sempre, e acabo encolhida na cama ou a chorar, ou a tapar os ouvidos para não ter de começar a chorar.
Há outro jogo montes de giro, que é o " Vasculho!".
Esse já se está mesmo a ver o que é: a Mãe e a minha irmã fazem equipa de novo, e vão ao meu quarto vasculhar tudo e mais alguma coisa, para ver se encontram peças para jogar ao "Vamos Lá Acordar Os Vizinhos".  Nem sempre conseguem, mas quando conseguem, JESUS.
Andamos a jogar a isso durante horas.
Depois há outro que é o "Remember".
Não tem nada que saber, é só a Mãe a relembrar todas as merdas que se passaram , das quais tive culpa, das quais não tive culpa mas que mesmo assim me é atribuída.
A melhor táctica, é fugir.
A sério, escapar do jogo pode ser moroso e complicado, e às vezes é mesmo um processo muuuuuito lento, mas com jeitinho, lá se consegue.
O Pai é o best a jogar ao "Remember", porque tem má memória, e a mãe passa-se e começa a misturar o "Vamos Lá Acordar os Vizinhos" e o "Quem Destruiu a Nossa Familia".
Pode ser interessante de assistir, a sério! ..
.. do ponto de vista psiquiátrico ou assim...
Só há um jogo que me chateia mesmo e ao qual nunca consigo ganhar.
É o "Piñata Humano".
Toda a gente conhece o jogo tradicional do "Piñata", não é! Aquele de bater com o pau num burro de papel até ele rebentar .
A minha família está sempre a jogar a isso comigo também.
Eu não gosto, porque sou sempre o Piñata.
Claro que o Pau é substituído por palavras , que devo dizer , podem ser tão duras como madeira.
Há outra coisa que difere do jogo normal.. é que quando rebento, não saltam rebuçados de dentro de mim.
Sai qualquer coisa, e acho que é dos meus olhos e isso faz-me sentir mal.
Porém, há um único jogo que eu gosto mesmo muito de jogar com a minha família.
É tão bom, que nem ela sabe que joga comigo.
É o jogo do "Shiu".
Não é nada demais, sou só eu , sentada num canto qualquer, a dizer shiu baixinho, enquanto eles jogam os outros jogos.
Ganho quase sempre, apesar de demorar!
Também não tenho como perder.
Já não tenho como perder mais nada.
Oiii, a mãe começou a jogar ao "Remember" agorinha mesmo. Tenho que ir. Wish me Luck.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Olha lá!

Estou para aqui a tentar magicar
Umas rimas bonitas para escrever
Mas nada me sai, já me estou a irritar
E não tenho mais nada para fazer!

Vou andar aqui de roda,
À procura de ideias rimadas
Mas toda a gente sabe que fazer versos é foda
E que é mais fácil optar por prosas mais prolongadas

E aqui estou a gastar palavras à toa
Gasto-as todas porque é de graça
Só porque são de graça não é que sejam boas
Mas assim o tempo já parece que passa

Detesto grandes filosofias
Frases feitas com muita existência
Limito-me a escrever acerca dos meus dias
Apesar de muitas vezes recorrer à desistência.

É porque às vezes não sei o que dizer
E não é porque não tenho do que falar
Pelo contrário, sobram-me o que eu quiser
Mas às vezes é melhor eu não me pronunciar

Gosto de ter opinião
E gosto de ser compreendida
Por isso estas linhas não são em vão
Já disse o que queria da minha vida.



Amor Velho

Então, conheci este homem, com os seus quase 40 anos, mas de espírito jovem e com fúria de viver.
À partida, nem me apercebi do quão bonito ele é.
Traços bem definidos, algumas rugas já marcadas pela vida.. uma barba respeitável, mas que lhe dá um ar urbano e contemporâneo.
Pele cor de café com leite, e um sorriso de fazer derreter glaciares.
Olhar só para ele, transmite calor e paz, como que se ele fosse alguma espécie de sentimento exótico. Deve sê-lo com certeza, porque nunca tinha experimentado nada assim.
Ele tem idade para ser meu pai, e eu ao lado dele sou uma criança.. mas há alguma coisa nele que me atrai.
Já perdi a conta às vezes que me imaginei envolta daquelas mãos grandes e fortes.
Já perdi a noção do tempo com fantasias longas acerca de nós.
O pior de tudo, é saber que ele também quer e que só não avança por medo.
Confesso que medo também eu tenho, mas acho que isso ainda me excita mais ainda.
O facto de ser proibido, ou mal aceite aos olhos dos outros ainda me faz querer viver aquilo mais e mais.
Não sei se é a conversa dele.. porque ele é mesmo muito inteligente.
Ele dá-me o tipo de temas que eu quero discutir. Ele fala do tipo de coisas que eu quero ouvir.
Ele deixa-me falar do que eu quero falar, e não me julga. Porém, aconselha-me e quando acha que estou errada, é o primeiro a dizer-me.
Não sei como é que uma rapariga de 19 anos e um homem de 37 no espaço curto de uma semana se unem assim, tão rapidamente e criam uma intimidade tão querida e tão forte.
Ele liga-me todos os dias.
Confesso que já estou sempre à espera da chamada dele.
Adoro que ele se lembre de mim, e que me ligue mesmo só a perguntar como estou. Faz-me sentir menos só e de alguma forma mais bem-disposta.
Normalmente, acabamos por combinar alguma coisa para fazer à noite.
Acabo todas as noites ao lado dele ultimamente.
É estranho, por todos os motivos, mas parece tão real que não quero abdicar disso.
Claro que toda a gente nota. Eu não consigo esconder, e ele muito menos.
O beijo na bochecha um pouco mais demorado que o normal, as mãos que se tocam "sem querer" demasiadas vezes, o levar-me a casa sempre independentemente da distância ou das horas que são, os olhares.. os sorrisos ternos..
É toda uma série de coisas novas que estou a viver e aprender com ele.
Ele parece-me saído de um filme.
É verdade!
Artista, na meia-idade, mulherengo, charmoso e decidido.. já vi isto nuns quantos filmes românticos.
Pá, mas este é real, de carne e osso.
E se eu quiser, é todo meu.
Só não sei se conseguirei ser filha da mãe o suficiente para deixar o rapaz com quem estou para vir viver esta aventura.
Well, vamos ver!

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sapiência

Neste momento estou a deixar-me levar pelo doce embalo da embriaguez para escrever.
Estou tonta, e confesso que me está a surpreender o facto de estar a conseguir redigir um texto sem erros.
Talvez seja um talento.
Bom, normalmente escrevo acerca de um tema, e acho que acabei de encontrar o meu.
Gostava de entender o que raio é que estou a fazer com a minha vida.
Acordo todos os dias à hora de jantar, a fim de evitar a minha mãe..
A primeira coisa que faço é fumar um cigarro. Quando se dá o caso de eu ter droga, enrolo um charro, e ando em casa pedrada como uma falésia.
Vou ao computador, e é lá que fico enquanto a minha família janta na mesa.
Quando sinto que todos já terminaram a sua refeição, vou lá fora ao quintal, sinto o vento, e petisco aqui e ali.
Muitas vezes esqueço-me de comer.
Faço caminhadas enormes até à cidade todas as noites. De ida e de volta.
Farto-me de beber, de fumar.. sem nada no estômago.
Puxo o meu corpo ao limite, toco sem parar..
A meio da noite, como umas bolachas quaisquer ou um chocolate.
Quando chego a casa, a primeira coisa que faço é atacar a cozinha.
Fumo, e depois vou para a sala e vejo um filme enquanto me empaturro de comida.
Vou de novo ao computador, e adormeço já a meio da manhã.
Durmo mal e estou sempre a acordar..
Chego a levantar-me algumas horas, arrumar a casa toda e depois voltar para a cama e repetir o processo dia após dia.
Não faço nada de produtivo. Sem ser talvez à noite.
E depois, aqui estou eu, a falar de um dia-a-dia perfeitamente errado para uma rapariga de 19 anos.
O mais engraçado é que não quero perder tempo a mudar nada.
Quero acreditar que é apenas Verão e que quando surgirem os meses de responsabilidade acrescida, vou ter sapiência para os enfrentar.
Talvez sejam mentiras que digo a mim mesma, por estar bêbada e jardada.
Talvez seja o meu lado consciente a falar.
Sei lá.

Tu não te lembras de mim.

Uma sala cheia de gente
Naquela tarde quente..
E eles apresentaram-me a ti.
O sorriso que me deste
Foi só um pequeno teste
À pouca fé que tinha em mim.
Olhamos fundo os dois
E um segundo depois
Tu desapareceste..
Passaram-se dias sem falarmos
E quando nos reencontramos..
Tu não me reconheceste.
Era difícil de acreditar
Mas tive de aceitar
Que afinal não tinha sido assim tão forte
E que o que tinha sentido
E aquilo que tínhamos tido
Tinha sido apenas um rasgo de pura sorte
Há tempos cruzei-me contigo
Falaste-me como que a um amigo
E foi aí que esqueci
Qualquer réstia de esperança
Quem espera nem sempre alcança..
E tu não te lembras de mim.

sábado, 13 de julho de 2013

Se Incomoda, É Melhor Largar

Gostava de perceber porque é que as pessoas complicam tudo.
A sério, há coisas que eu gostava mesmo de perceber como é que se passam.
Talvez seja um bocado rebuscado estar a perguntar às pessoas em si.. daí eu continuar na dúvida.
Não compreendo o conceito de "complicar".
Deve ser uma coisa de cabeça, tipo um vírus que se alastra por toda a Humanidade.
Já tive os meus momentos, mas aprendi a desagarrar-me disso, porque bem não faz.
O que é bom e mau é relativo. Há sempre os dois lados em tudo, e depois temos que escolher.
Mas a indecisão não deve ser necessariamente uma complicação.
Uma coisa que aprendi, é que na vida, temos sempre hipótese de criar as nossas saídas, fazermos o nosso caminho, e que teremos sempre mais do que uma estrada para caminhar.
Mas tudo é sempre um grande drama, tudo é sempre um grande estrilho, uma enorme confusão.
Tenho tendência a ficar confusa no que toca a entender toda esta grande salganhada de emoções, porque não se passa nada disso dentro de mim.
Tudo bem, eu não sei muito bem aquilo que quero, admito.. mas sei o que NÃO quero e isso já é um começo.
Por isso, ver pessoas de que gosto, armadas em estúpidas , com dúvidas que elas próprias criam e não as situações.. chateia-me.
Seja qual for o motivo ou o assunto, há sempre outras formas de lidar com isso, sem ser complicar.
Porque fazê-lo leva-nos a protelar, e arrastar um problema connosco para todo o lado, dentro da nossa cabeça, alma .. vida.
As pessoas stressam, e os problemas ganham logo uma dimensão que na realidade não têm.
Se algo está partido, não é pra começar a gritar! É ir buscar cola e colar, ou então meter no lixo. Simples.
Se alguém está magoado, não é pra sermos orgulhosos e presunçosos, mas sim pedir desculpa e sermos humildes por muito que nos doa sermos verdadeiros.
E se há algo que já não queremos mais na nossa vida, e nos incomoda, NÃO É PRA FINGIR QUE ESTÁ TUDO BEM QUANDO NÃO ESTÁ.
É preciso sermos adultos e olhar para os problemas de frente, caralho.
Por isso, se incomoda, é melhor largar e ponto final. Antes que seja tarde e magoe muito mais depois.
Somos os donos das nossas vidas, não podemos dar-nos ao luxo de complicar.
Isso é estragar tudo. Mas é isso!
As pessoas estão sempre a estragar tudo, com merdinhas e fodinhas que só existem na cabeça delas.
Pá, se incomoda, larga.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Duas da tarde e está tudo Perfeito!

Hoje está a ser um dia bom.
A sério, apesar de ainda não ter dormido nada, sinto-me lindamente, e decidi limpar a casa toda.
Há muito tempo que não me dava a vontade das limpezas. Fiquei contente por perceber que algumas coisas em mim permaneceram iguais, e que apesar de já não acontecerem tanto, não estão esquecidas.. apenas adormecidas.
Limpei tudo a fundo, ao mais estúpido pormenor.
Tudo porque a mãe estava a arrumar a casa sozinha, e sempre me custou vê-la a ter trabalho com essas coisas.
Mandei-a ir descansar e pedi à minha irmã que fosse arrumar o quarto dela (o que começou a fazer, mas deixou pela metade porque começou a dar o "Boa Sorte, Charlie", no Disney Channel).
Ainda pensei em zangar-me e obrigá-la a limpar o resto, mas depois não tive sequer disposição para isso.
Meti uma musiquinha boa a tocar bastante alto , de modo a que eu pudesse estar em qualquer parte da casa e pudesse ouvir enquanto andava nas limpezas.
Sim senhor, lá acabei de deixar tudo num brinco, e finalmente fumei um cigarrinho no conforto do meu quarto.
Fiquei novamente feliz por ter notado que já tenho muito dinheiro junto, e que estou a conseguir juntá-lo sem sequer ter a tentação de o gastar.
Estava a ser um dia tão fixe, que ainda pensei em chamar alguém cá a casa para tocar.
Mas a minha felicidade não era para tocar, e estava muito calor.
Bom, já que não se fazia nada de especial, fui regar as plantas e apanhar hortelã.
Fiquei com o cheirinho a hortelã selvagem nas mãos, e tomei um bom banho de mangueira.
Fiquei ali ao Sol uma data de tempo.
De 1 em 1 minuto, lá ia uma mangueirada pra cima de mim.
Entrei em casa, e tomei um bom e demorado banho.
Oh minha nossa.. duas da tarde e ainda estava tudo perfeito!
O pai levantou-se e arrumou o que faltava na cozinha.
Depois fiquei a ronhar o dia toooodo, no sofá, repastelada a ver televisão com a minha irmã.
Ela ainda não foi limpar o quarto. xD
Vou-lhe dar tempo, mas não vou deixá-la esquecer que tem de o fazer.
Vou agora jantar, e depois devo sair.
Já adivinho que vai ser uma boa noite.
O que é que pode correr mal, nao é!

O derradeiro transe

Sim.. é o que se diz
Na vida tudo se conquista,
E a gente conquista pra ser feliz
Sim.. é duro
Nem tudo o que vem é puro,
Tudo o que é puro está longe da vista..

Olhar o Sol transformou-se num luxo
De corações sedentos de Luz
Uma faísca a menos pode causar susto..
Mas é a faísca certa que nos seduz.

Aii.. tanta incerteza..
Não saber sequer se a Alma existe
Não saber o que é culpa nem ter defesa
E ser apenas mais uma cabeça confusa e triste.

Aii.. que me sinto tão só
Que ironia, ter noção de que a solidão bate em todos os peitos
Que corda invisível, que merda, que nó!
Não há finais felizes, mas existem fins perfeitos

Porque nem tudo o que a gente quer,
É aquilo que a gente precisa
A gente precisa de gente que idealiza
A gente precisa de alguém que também nos quer.

Comida é pasto, bebida é água
Sede é ilusão e fome é capricho
Triste ilusória paixão, talvez de Cristo
A simplicidade é a glória dos que vivem da mágoa

Todos somos animais,
Com a mania de que somos reis
Queremos sempre mais e mais e mais
Mas nem aos nossos corações somos fiéis

Gado, rebanhos, filas indianas de deterioramento evoluído
Talvez a única coisa podre que algum dia se modificou
A cor do dinheiro, que se sobrepôs à cor do céu
E o sabor do vício que substituiu o que para trás de bom ficou

Leve tese de uma viagem pelo íntimo
O íntimo pesado como que do exterior se tratasse
O derradeiro pormenor mais ínfimo
A mais íntima tese do derradeiro transe.

domingo, 7 de julho de 2013

Não Queiras Saber de Mim

Não queiras saber de mim..
Esta noite não estou cá.
Quando a tristeza bate..
Pior do que eu não há.

Fico fora de combate
Como se chegasse ao fim
Fico abaixo do tapete
Afundado no serrim

Não queiras saber de mim..
Porque eu estou que não me entendo
Dança tu , que eu fico assim
Hoje não me recomendo.

Mas tu pões esse vestido
E voas até ao topo
E fumas do meu cigarro..
E bebes do meu copo

Mas nem isso faz sentido..
Só agrava o meu estado,
Quanto mais brilha a tua luz..
Mais eu fico apagado

Amanhã, eu sei , já passa
Mas agora estou assim
Hoje perdi toda a graça..
Não queiras saber de mim.

Rui Veloso

Laços ou Não


Isto tem sido um Inferno.
A sério.. parece que a minha mãe quer que eu me separe do meu pai por ela.
Preferia mil vezes que ela não me falasse no assunto, que me desse privacidade e respeitasse que para mim é bem mais difícil aceitar tudo isto que se está a passar.
Não lhe quero explicar porquê, porque já tentei e ela não compreendeu.
Ela nunca faz por compreender.
Para ela, só as coisas na cabeça dela fazem sentido, e todo o resto do Mundo está mal.
Eu compreendo o lado dela.. mas e ela compreender o meu.. tá quieto.
Pedi-lhe para se meter nos meus sapatos, e perguntei-lhe se os pais dela se tivessem separado, como teria sido para ela.. e ela respondeu-me que os pais dela nunca se separariam.
PORRA, assim não dá. Ela não me dá hipótese.
Odeio chorar à frente das pessoas.. mas não aguentei.
Veio atrás de mim, para o meu quarto, e preparava-se para repetir a mesma conversa de sempre.. aquela conversa que me magoa, mói.. e que ela sabe muito bem que me deixa mal-disposta.
Perguntou-me se o meu pai já tinha falado comigo acerca do sitio para onde vai.
Eu respondi-lhe que não , e ela disse " ah, que estranho, vocês são tão amiguinhos".
Ela não conversa comigo. Quando ela abre a boca, dirigida a mim, das duas uma: ou é para me mandar bocas ou então para fazer o resumo dos últimos meses, que sinceramente têm sido horríveis cá em casa.
Ela vem repetir sempre a mesma história, abrir as mesmas feridas, causar as mesmas lágrimas e trazer lembranças que com muito cuidado vou tentando esquecer.
E depois vem-me com a história do " como é que isso ainda te magoa se já foi há tanto tempo, Teresa! "
Não foi nada há muito tempo, porque nunca tive tempo de cicatrizar tantos cortes.
O passado, está sempre presente.. não consigo seguir em frente de maneira nenhuma, assim.
Ninguém conseguiria.
E depois, porque me recuso a ouvir as palavras dela, grita que eu não sou família dela, e que ela de verdade, só tem uma filha.
Claro, nada de novo. Sempre que se chateia diz isso. Há anos que oiço essa treta.
Incrível, como a relação da minha mãe com as minhas irmãs melhorou tanto, a partir do momento em que elas sairam de casa.
Sempre que vê a Rita, Jesus! Tragam a água benta, porque ela está pronta para santificar a rapariga.
A Joana, não lhe deu hipótese , por acaso.
Deixou a início, mas há uns anos, assim que pôde, deixou de dizer uma única palavra à minha mãe.
Fugiu, e cortou relações com ela.
Porque a sério, ninguém aguenta.
Eu tenho aguentado ao máximo e tentado tudo.
Desapareço muito da vista dela.. passo dias e dias sem ver a minha mãe.
Deixei de jantar à mesa, porque ela me começava a massacrar com coisas acerca do meu pai.
Não me caía bem a comida, sequer.
Isso irritava-me.
Deixei de sair com ela, porque ela fazia cenas no meio da rua, mesmo para as pessoas olharem.
Estou cansada.. já ando a levar com estas merdas desde que me lembro de ser pessoa..
Todos os dias, a toda a hora, há sempre alguma coisa sobre a qual gritar comigo.
Há sempre forma de me magoar mais, e me fazer sentir pior.
Não tive uma vida propriamente fácil , principalmente a partir dos meus 14 anos.
E sempre fui culpada e julgada por isso.
E nos momentos em que mais estava a sofrer, aparecia a minha mãe e dizia " se achas que estás mal, é porque não sabes como eu estou. a vítima aqui sou eu."
Sim, eu acabada de sair do Hospital.. sim.. eu acabada de ser expulsa da Escola.
Sim, eu acabada de sair da polícia. Desolada, desiludida comigo mesma..
E sem tempo para sofrer, para pensar e perceber porquê.
Eram-me pedidas respostas e mais respostas e eu respondia sempre "não sei".
E depois havia os ataques repentinos de compreensão. Normalmente vinham quando eu já atingia um estado, um limite mesmo muito alto de histeria e tristeza.
Mas era esquecido rapidamente, e todos voltavam às vidas normais.
O meu pai nunca foi muito de me julgar. Certo e sabido é que ele me aparou muitos golpes, e que me safou muitas vezes. Mas não é por isso que gosto dele.
Gosto do meu pai, porque sempre que lhe pedia, ele me dava tempo para estar sozinha.
A minha mãe não compreende o conceito de privacidade.
Ah, não, compreende sim, mas só quando se aplica a ela.
Chegou a bater-me por ter usado um casaco dela.
Entra no meu quarto, anda ali a remexer nas minhas coisas, com cuidado, para eu não saber que ela lá esteve, encontra alguma coisa menos boa, e arranja motivo de me atasanar o juízo quando apareço à frente dela.
E depois diz que não mexe nunca nas minhas coisas.
A sério.. estou tão farta.
Perdi toda a ligação de afecto com a minha família.
Às vezes faz falta um abraço, ou um " pronto, vai ficar tudo bem".
Às vezes faz falta um beijo antes de dormir, ou um sorriso.
Não mostro nada disso, porque quase não tive disso. Quase não sei o que isso é.
Tive de aprender com pessoas fora da família.. e às vezes penso que não aprendi as melhores coisas fora de casa.
Sinto-me sozinha, nesta casa com tanta gente.
Sinto-me destruída, como se eu fosse uma parede e me estivessem a deitar abaixo devagarinho, tijolo a tijolo.
Tenho 19 anos, caralho.
E já estou tão cansada..

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Anti-Preocupação

Ora, encontro-me agora sozinha, no conforto da minha cama.
Está demasiado calor para sair de casa, e não me apetece ver ninguém.
Há dias assim, em que me apetece apenas estar comigo mesma. Há dias em que não me recomendo.
Confesso que sou pior pessoa quando estou sozinha, porque não tenho os parvos dos meus amigos a dizer idiotices para me abstrair dos meus problemas.
Tenho tendência para guardar tudo, sofrer em silêncio e desfrutar da pouca paz interior que tenho.
Não sei se lhe posso chamar paz, porque a paz transmite-nos uma calma que eu não sinto.
Talvez seja mais um vazio, uma papel em branco, ou um buraco negro.
Sim, adequa-se muito mais ao que sinto.
Às vezes penso que sou uma óptima atriz. Consigo chorar, e espernear e no momento a seguir, sorrir para não preocupar ninguém.
Ando preocupada porque este meu método anti-preocupação anda a falhar.
Há dias, chorei em frente de uma amiga. Nunca tinha acontecido, e custou-me imenso, o que me fez chorar ainda mais.
Da primeira lágrima, é um pulinho até virem cada vez mais, pelos mais diversos motivos.
E então, para evitar isso, aqui estou eu, no fresco do meu quarto.
Ninguém sabe de nada, e ninguém se preocupa.
Talvez tirando ele. Ele aparece-me aqui em casa, nos momentos mais horríveis e de maior tristeza.
Bate-me com algumas almofadas, faz-me cócegas, e fica simplesmente abraçado a mim apertando-me contra o seu corpo. Às vezes adormeço agarrada a ele, mas ele não se mexe.
Não tenho vergonha de chorar à frente dele. Porque mesmo ele às vezes é o motivo do meu choro.
Oh pá, mas é tantas vezes o motivo do meu sorriso.
Do meu sorriso sincero, não do método anti-preocupação.
Com ele, não preciso de fingir que está tudo bem, até porque ele sabe quando não está, e é impossível mentir-lhe.
Em poucos meses, passou a conhecer-me melhor do que eu me conheço.
Ele sabe o que me faz bem, mesmo quando eu me pareço esquecer.
Ontem ele obrigou-me a sair de casa.
Obrigou-me a ir tocar com ele.
Eu não queria tocar, eu só queria desaparecer.
Mas ele deu-me a mão e disse para confiar. E foi o que fiz.
Fui tomar banho, enquanto ele tocava guitarra no meu quarto.
Levou-me até aos nossos amigos, e juro.. foi a melhor coisa que podia ter acontecido.
Estive ali tão feliz, tão leve, que ele aproveitou e me beijou.
Não senti o peso da vergonha, nem a tensão dos olhares.
Estava plena.
Vim para casa outra.
Mas hoje acordei, e o mesmo sentimento de ontem abateu-se sobre mim.
"Hoje não o tenho.. "
Hoje apetece-me estar fechada outra vez, e não ver ninguém.
E no meio de todos estes pensamentos, decidi escrever sobre o assunto.
Porque a verdade, é que ele me fez tanta diferença, que vou agir como se ele aqui estivesse.
Vou-me lembrar do bom dia de ontem.
E vou ser um bocadinho menos tristes.

domingo, 30 de junho de 2013

Borboleta

Era uma vez uma rapariga
Caiu de pára-quedas, e surgiu do nada
Numa cidade meio antiga
Largou raízes e fez-se à estrada.
Conheceu novas caras,
Seduziu novas cabeças
Conquistou algumas mentes raras
Mas outras esqueceu logo muito depressa
Tanta curiosidade..
Sentia-se como uma obra de arte num museu
Exposta, como uma ave a quem foi negado o céu
Viu-se entre correntes, entre fios
Entre espaços gigantes e grandes vazios
Até que se deixou apanhar por completo
Caiu-se de amores por um príncipe perfeito
Já não havia vazio que durasse no seu peito
Quis ser feliz e fez de tudo para que surtisse efeito
Mas a menina, agora mulher,
Fora tomada como uma borboleta de colecção
Fecharam-na numa gaiola,
Partiram-lhe o coração
Esborracharam a sua felicidade, com força entre mãos
E a pequenina sofreu, mas diz ela que nao foi em vão
Secou as lágrimas e lambeu as feridas
Cicatrizes interiores, já deixadas de muitas vidas
Prometeu ser mais forte, prometeu ser melhor
E que até à sua morte, não sofreria mais de amor
Ela diverte-se, agora
Com quem ela quer e bem lhe apetece
Não há dia , não há hora
Não há vento que a pare ou a refresque.
Ainda conquista corações
E está longe de os findar
A pequena borboleta, ganhou novas asas e aprendeu a voar
Feliz, solitária mas longe de se magoar
Pode parecer triste , esta história que vos conto
Mas é bonita, e as coisas bonitas não escondo.
Ah, e escusado será dizer ,
Que a pequena borboleta sou eu
Pés bem acentes na terra,
E constantemente a tocar o céu.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Amuleto da Sorte

Já perdi a conta da quantidade de vezes que perdoei
Das vezes que meti o orgulho de lado,
Pois, eu sei que errei
Me magoei, e me estraguei
Com base em motivos que nem bons motivos são
São mentiras e intrigas escondidas dentro do coração
Como facas que dilaceram, o mais profundo toque do meu ser
Que ainda rodam e troçam de me fazer sofrer
Pra quê chorar, se tu não me vais ouvir? Perdoar pra quê, se eu sei que me vais mentir? Vou olhar para o lado, e meter tudo debaixo da mesa
Vou ignorar quando tu me chamares princesa
Não te quero mal , apenas te quero e sou-te sincera
A vida é curta e eu não sou do tipo que espero
Há muito em jogo, há muito pra vir
Há muito pra ver, muito pra descobrir
Não quero estar armada em forte,
Mas sabes que tu me fizeste mal
Quem ama, não engana,
Não mete um ponto final
Sem pré-aviso, simples e frontal
Outra navalha acesa no meu peito , mortal
Mais uma treta, mais uma rapariga
Mais um copo e mais um pica
Não quero vida louca,
Nem beijo na boca,
Quero estar na descontra
Puto, sou do contra
Já chega, já não me apetece, perdi a fome
Apenas me sinto tonta quando oiço o teu nome
Um vazio, uma dor , um certo carinho
Sempre estive contigo, nunca te deixei sozinho
És idiota, já perdeste o amuleto da sorte
Boa sorte, meu amigo, tens que andar a fugir da morte
5 da manhã a minha janela não é posto de emergência
Por favor mantém a calma, por favor mantém a distância.

Dúvidas!

Bem.. hoje há uma coisa que me tira o sono. É algo típico de adolescente, mas ainda assim vou-lhe dar crédito e escrever sobre isso.
Acontece que ando com dúvidas em relação ao que quero, no sentido amoroso.
Chega a ser estúpida a quantidade de dúvidas que tenho em relação a isso e talvez seja pela quantidade estúpida de hipóteses que tenho.
Gostava de não poder escolher, e se pensar um bocado chego à conclusão de que não posso mesmo escolher.
Sou uma rapariga bonita, inteligente e engraçada quanto baste. Não sou má pessoa, e tenho ideias.
Levo todos os dias com cantadas de inúmeros rapazes que tentam a sua sorte, talvez por verem em mim, o que falta neles.
Bom, uma certeza que tenho, é que não quero ser o preenchimento do vazio de ninguém. Quero ser um complemento. Já é alguma coisa, e já estou a chegar a algum lado. Estão a ver
? É por isto que gosto de escrever! Organiza-me as ideias! Se eu for a ver bem, tenho 3 possibilidades possíveis. Duas delas incluem 2 pessoas diferentes. Vamos analisá-las. A primeira, é a minha actual relação. É uma coisa equilibrada, simpática, descontraída e intensa. Deixa-me feliz, satisfeita e eu não mudaria nada. Tenho tendência a fartar-me das pessoas rapidamente. É um defeito meu.. mas desta vez isso não está a acontecer. Atenção, não se trata de um namoro nem de nada assumido, mas pergunto "também para quê?" Os rótulos mudam alguma coisa. Mudam tudo. O peso do nome "namoro", impõe um compromisso, uma obrigação. E eu tenho pavor a obrigações. Aquilo que tenho com ele, é lindo. Faria inveja a muita gente. Não escondo nada de ninguém, mas também não sinto necessidade de o espalhar nem de expor aquilo que temos a ninguém. Afinal de contas, quanto mais conhecimento, maior é a curiosidade. E da curiosidade à acção é um estalar de dedos. Um estalar de dedos para alguém vir e estragar tudo. A segunda hipótese que tenho, é algo que deixei em stand-by, com medo. Ele é bom rapaz, e gosta de mim. Temos uma amizade intensa, e verdadeira. Tão boa, que tenho medo de a estragar com futilidades e amor. Ele é aquela pessoa com quem vou ter quando me sinto em baixo, e a primeira que procuro para partilhar a minha felicidade. Só que os ciúmes afastaram-no de mim. Ele não suporta ver-me com outras pessoas. Quer dizer, suporta, porque não tem outro remédio.. mas sente-se como que trocado. Ele falou-me em eu ser a mulher da vida dele. Planeámos um dia mais tarde, ter filhos e até decidimos os nomes deles. Quero muito ser mãe e confesso que me deixei levar pelo facto de ele partilhar do mesmo sonho que eu. É raro um rapaz admitir a uma rapariga que quer ser pai. Quanto mais dizer-lhe que gostaria que ela fosse a mãe dos seus filhos. Deixei-me levar pela possibilidade. Nunca aconteceu nada entre nós sem ser um único beijo. Rápido, apressado e envergonhado. 
Mas para mim ele é muito mais um amigo que outra coisa qualquer. A minha última hipótese seria ficar sozinha. Eu não penso nas coisas a longo prazo. Não penso muito no futuro. Não faço as coisas a pensar no amanhã, mas ficar sozinha parece-me sempre a melhor opção. É a mais injusta possível, mas ainda assim, a mais cautelosa. Não quero ser uma pessoa que vive na sombra, e que nao se envolve com ninguém com medo de se magoar. Eu até gosto de me magoar. Faz parte. Mas quando me farto, fecho-me e tenho tendência a não dizer nada do que sinto ou penso. Fecho, engulo e seco. E pronto , é isso.. dúvidas e mais dúvidas. Confesso que não sei bem porque escrevi isto. Talvez seja numa de me organizar e chegar a alguma conclusao acerca do que fazer. Mas a unica coisa que me ocorre fazer, é não mudar absolutamente nada. Sinto que se mexer nalguma coisa, estrago , como uma criança numa loja de cristais. Bom, se lixe. " Na falta de saber o que fazer, um erro é sempre o mais correto"!