Ando com uns pensamentos ultimamente, que não são nada normais.
Apetece-me sempre estar sozinha, e se não for alguém a arrancar-me de casa à noite, nem faço tenções de sair.
Digo que não é normal, porque porra, tenho 19 anos e devia mas é aproveitar a vida enquanto posso, e não estar introspectiva e pensativa como tenho andado.
Acho que é tudo uma questão de dúvida.
Muitas perguntas e poucas respostas e uma sede enorme de entender tudo. Isso acho que me define como pessoa.
Acho que define toda a gente, aliás!
E acabei por compreender, que preciso agora destes pequenos momentos de silêncio e solidão porque estive demasiado tempo abafada pelo barulho dos outros e na companhia de pessoas que francamente, não me são nada.
Confesso que nessa arte de reflexão, a escrita me tem ajudado a digerir muitas coisas, que a falar e a pensar, não consigo encaixar na minha vida e em quem sou.
Compreendi que não tenho uma personalidade definida e que isso nem é mau, porque é o que faz de mim a artista que sou. Pessoa também.
Faz sentido, pelo menos na minha cabeça.
Entendi agora porque é que o meu humor varia tanto, e porque é que sou tão diferente a cada dia que passa. Percebi porque sou tão flexível , em termos de relações e não só! sou flexível em tudo o resto.
Isso deixa-me menos preocupada, porque assim são menos perguntas a que tenho de encontrar resposta.
Não tenho que me encontrar, só tenho de me deixar acontecer.
E este afastamento que tem acontecido, da minha parte em relação a toda a gente, é no fundo isso que explico agora: uma tentativa à minha capacidade de aceitar o que me rodeia, sem me questionar tanto como os outros fazem.
Odeio que me questionem e ponham em causa aquilo que eu sou. Isso só me suja a alma com mais dúvidas e me massacra com mais vontade de entender.
Pensar, cansa tanto ou mais do que correr.
O pensamento é um paradoxo! Porque o pensamento só leva a mais pensamentos e dificilmente se torna mais do que isso.
Então tenho-me sentido mais limpa e mais calma ultimamente.
Passo os dias sozinha, a tratar das minhas coisas, e a raciocinar.
E digo com toda a certeza, que nunca estou tão acompanhada do que quando estou sozinha.
Só depois à noite, é que me vou estragar.
É como se eu tivesse encontrado um equilíbrio : de dia, encontro as respostas e de noite, crio as perguntas.
Como um ying e yang pessoal.
Cíclico.
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