Bem, aproveitei o facto de não ter nada para fazer e decidi dormir um bocado no sofá.
Acho que não devia tê-lo feito, porque tive um pesadelo horrível, e quero contá-lo agora, porque foi muito forte.. e não me sai da cabeça.
Tudo começa numa festa, onde estão todos os meus amigos. Estou super divertida a conversar com eles, quando "ele" aparece com uma rapariga ao lado.
Sentam-se os dois na minha mesa, e ele parece tão à vontade a mostrar que está com ela, que até eu me sentia à vontade naquela situação.
A princípio, até disse à rapariga que ela era giríssima e parecida com uma amiga minha de Albufeira.
Ela ri-se para mim, ao mesmo tempo que entrelaça o braço no dele.
Fico a olhar para ali uma data de tempo, a pensar que um dia eu já o tinha feito.
Chamo-me estúpida em pensamento , e tento não demonstrar que estou cheia de ciúmes.
Mas a hora de dançar chega, e todos se levantam para ir para a pista de dança.
Prefiro não ver, e vou até um amigo meu que me ia orientar uma almofada de erva.
Ele dá-mo, e a minha mãe aparece e diz que a erva faz bem mas é muito cara. ( isto é a parte estúpida da coisa, porque a minha mãe dizer uma coisa dessas, é equivalente a um elefante se transformar num unicórnio).
E lá ando eu, de um lado para o outro, abraçada à minha almofada de erva, quando noto nuns amigos que conheci no Harmonia uma noite destas.
De repente, estão os quatro rapazes presos num elevador e chego lá eu, e abro-lhes a porta.
Ficamos todos contentes por eu os ter salvo, e vamos todos de volta para a pista de dança, e quando chego a primeira coisa que vejo, é o rapaz de quem gosto a beijar a tal rapariga.
Sinto uma cena esquisita a crescer dentro de mim, tipo um misto de raiva, com ciúmes, saudades e muita dor.
Pego nas minhas coisas, e estou para me ir embora, já quase a chorar, quando ele vem ter comigo e me pergunta se está tudo bem.
" Pá, vai-te foder." respondo eu.
Pego na guitarra, e quase a parto contra uma mesa, e começo a correr dali pra fora.
Sei que vou a andar super triste, e chateada e a chorar pelo caminho e me aparece o João, que me pergunta onde é que eu vou naquele estado.
" Se vais ficar, fixe. Eu vou-me por a milhas daqui." e continuo andar muito rápido. Quando lhe respondi nem sequer olhei para ele, e ele agarrou-me por um braço.
"Vá, Teresinha, vamos pra casa e vais-me contar tudo."
E lá fui eu, a chorar o tempo todo, de guitarra na mão para casa do João.
Entrámos e sentei-me numa das poltronas dele.
Contei-lhe tudo, e quando ele me ia dizer alguma coisa, aparece a minha sobrinha.
" Tia Tesa, não fica assim. Sara tá aqui."
Começo a sorrir, e levo-a até à minha tia que está à espera dela no carro.
Dou-lhe o meu relógio, e volto para casa, mas desta vez, para a minha casa.
Noto que é a minha casa antiga, a primeira casa que tive em Albufeira.
E lembro-me de que o meu cartão do telemóvel estava dentro do relógio.
Fico toda fodida, e sem telemóvel.
Entretanto, pego no meu amplificador e nas minhas coisas e vou para um bar, porque tinha um concerto agendado.
Estava lá toda a gente, incluindo o rapaz que me tinha feito chorar horas antes, mas sem a rapariga.
Ignoro-o, porque ainda estou muito magoada, e monto todo o meu material de forma quase mecânica, e deixo tudo pronto para começar o espetáculo.
Vou até ao balcão, e quando volto está uma rapariga sentada no sítio onde eu ia actuar com o meu microfone na mão.
"Filipa, levanta-te, que eu tenho de começar".
Ela puxa o cabo do microfone, e parte-o.
Eh pá, nesta altura, lá estou eu de novo chateadíssima, e pego-lhe num braço e levanto-a do chão.
Olho à minha volta, e tenho-o a olhar para mim.
"Oh que caralho. Que se foda isto tudo."
Deixo tudo para trás, e do nada, estou na rua. Estou outra vez a andar muito depressa, como costumo fazer quando estou chateada.
Olho para trás, e vejo-o a vir atrás de mim. E ando cada vez mais depressa, mas ele apanha-me.
"Eu quero falar contigo" diz ele.
"Mas eu não quero falar" respondo eu.
Salto umas grades e entro numa casa.
Ele vem atrás de mim.
Entro numa casa de banho, no quintal, mas ele faz muito barulho a ir contra uns cacifos, e eu fujo dali com medo de ser apanhada.
Entro por uma janela, e dou comigo noutro bar.
Mas o bar tem a minha cama.
No meio do snooker, do fumo e de tudo, há um rapaz que grita "Oh, não se pode fumar ganzas cá dentro".
E deito-me na minha cama.
Não me consegui livrar dele, e ele deitou-se mesmo ao meu lado.
Desatei a chorar.
Perguntei-lhe porque é que ele me fazia aquelas coisas.
E ele disse "não sejas parva."
E deu-me um beijo, apaixonado e longo.
Lembro-me que estava tão magoada e tão partida cá dentro que nem sequer o parei.
" E agora vais ter com ela." disse-lhe eu.
" Desculpa." respondeu.
Levantei-me, e deixei-o ali e fui devagarinho até a casa de alguém.
No caminho, pensei que talvez ele ainda gostasse de mim, porque se tinha preocupado em ir atrás de mim, mesmo apesar de estar com aquela rapariga.
Pensei "é a vida."
Entrei na tal casa e vi o Ti Camel, que me abraçou e disse que ia correr tudo bem.
Foi quando acordei, com o telemóvel a tocar. Era o João a perguntar se estava tudo bem comigo.
" Porra, que timming, João!" disse-lhe quando atendi.
Contei-lhe o sonho todo e ele disse-me para não me preocupar porque para o que eu precisasse, ele estava ali.
E fiquei deitada, no sofá a pensar o quanto sinto a falta dele, e das mensagens dele e de ele me dizer que quer estar comigo.
As saudades são qualquer coisa de super fodido e às quais perdi totalmente o controlo.
Mas não posso fazer nada.
"É a vida".
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