segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Rolling, SouthPark and Love

Como é que chegamos à conclusão de que fomos uns autênticos idiotas e que julgámos as pessoas pelo que os nossos olhos viam?
Tenho tido vários tipos de desilusões. Alguns mais fortes, outros mais esperados.
Não lido bem com a desilusão, pá. Mesmo nada bem.. E confesso que já andava para rebentar há algum tempo. Tenho andado sozinha, e céus, como a solidão me assusta.. faz-me pensar mas ainda assim fico sem saber o que fazer em relação às coisas que vivo. Fodidíssimo.
Sabem, tenho mudado de visão em relação à Vida. Tem sido boa demais para mim, mesmo apesar de me afastar de certas pessoas, e sobretudo por me ter trazido outras.
Não andava à procura de nada, só me queria esquecer que algum dia tinha sido de alguém, e não pensar mais acerca disso.. mas é sempre impossível, porque o tempo passa e se temos coisas engasgadas, não conseguimos ultrapassar, e piora com ele.
Mas não pensei em nada disso naquela noite.
Um bando de amigos sentados numas escadas a fumar umas ganzas a seguir a um concerto meu.. tudo perfeitamente normal. Um ritual ultimamente bastante frequente, apenas o cenário e as pessoas é que mudam.
E lá estavamos nós, um bom grupo, numeroso e querido. E estava-se a passar muita coisa ao mesmo tempo.. o patrão queria beber um shot comigo, havia um grupo de universitários a pedir-me que cantasse para eles, a Marcela queria estar comigo, o Garrido estava podre de bebâdo.. sei lá, muita coisa ao mesmo tempo.. então fui tratar de uma coisa de cada vez.
Quando voltei para me reunir com os meus amigos outra vez, havia um espírito de mega destruição entre todos e especialmente entre os três malucos presentes : Eu, a Marcela e o Eduardo.
Ele andava a rondá-la. Coitado, não fazia ideia de que a Marcela estava ali porque queria estar comigo.
Era um puto giro, com cara de malandro e que me estava a desafiar para uns tiros de MD.
Decidi cagar na boa pessoa que há em mim,  e lá fomos nós comprar o mambo.
A Sé foi para onde fomos. Enrolar ganzas, mandar traços, cantar e beber.
Mais uma vez, um belo e frequente cenário.
Peguei na guitarra numa de me satisfazer um bocado, porque me sentia ali um bocado à toa.
Estavam todos em êxtase por ter passado para a terceira fase do programa.. então lá toquei umas quantas canções.
E foi aí que ele largou a Marcela.. iniciou-se tudo de repente em mim.
Ele tinha-me tentado beijar ali umas duas ou três vezes. E a aproximação dele, não me foi nada estranha.. foi como se já fizessemos aquilo desde sempre.
Chegou a hora de decidirmos o que fazer do resto da noite e ele propôs que fosse a casa dele.
A Marcela agarrava-me e dizia-me que também ia, mas depois puxava-me e ao meu ouvido dizia para ir antes para casa dela.
Mas não. Eu queria aquele miúdo.
"Nepia, esquece Marcela.. se for contigo adormeço.."
Mega desculpa para poder partir sem novelas.
Fomos então até às máquinas , e ele apressou-se em dizer para irmos para casa.
Nem pensei mais. Disse só "bora!"
Deixámos o pessoal seguir o seu rumo e bazámos antes deles.
Andámos uns minutos, até que ele me beijou a sério.
Subiu-me um arrepiozão pela espinha acima. Como se estivesse com febre.
Vimos o caminho todo a dar beijinhos e a brincar , ao mesmo tempo que conversávamos acerca de tudo.
Quando chegámos a casa dele, nem me lembro bem de como foi. Sei o que senti... mas não me lembro de como foi.
Sei que mandámos mais uns traços, e fumámos uns bobs.. mas não me lembro ao certo o que se passou.
Acordei ao lado dele, e soube-me bem.
Tão bem, que fiquei ali mais uma noite e um dia.
Ele faltou à Universidade.. e ficámos na cama os dias todos a fumar e a namorar.
Acabou por se tornar um hábito.
Sempre que ele volta da escola, falamos por facebook e vou ter com ele.
Durmo muitas vezes com ele.. passo dias seguidos que não apareço em casa.
Estes dias, acabei por desmarcar tudo com toda a gente por querer estar com ele.
E divertimo-nos imenso juntos!
Fazemos ganzas enormes , e vemos filmes, e todos os episódios do South Park.
Não podemos cair os dois na cama, senão ficamos todos fodidos um com o outro.
Devemos ir a uma festa de trance no próximo fim-de-semana.
Pá, mas juro.. gosto mesmo tanto dele..
Acordar, olhar para o lado, e vê-lo , é qualquer coisa de muito bom que eu quero sentir até quando puder!
Ele perguntou-me se eu queria ser namorada dele.
Claro que lhe disse que sim, não é?
Preciso dele, e ele de mim.
É como ele diz "Sou o negativo e tu és o positivo. Somos ímanes".
Parece surreal.. isto não acontece em lado nenhum..
Ele está sempre a perguntar " Como é que é possível? De onde é que tu vieste? "
E diz-me tudo o que pensa. Isso é brutal.
Adoro saber o que ele acha mesmo que isso nao corresponda ao que eu gostaria de ouvir.
Dou muito mais valor a que ele me seja sincero do que me encha os ouvidos de promessas de plástico.
É um boneco.. é um puto lindo, maduro e esperto. Só diz o que precisa ser dito. O que vem a mais é puro carinho dele.
Ele agora está ali a dormir .. são 4 da manhã e ele amanhã tem aulas.
Devo ficar por cá, devo dormir cá também e esperar que ele chegue à uma.
Adoro-o tanto..
Nunca me senti assim.. nunca, nunca, nunca..
Basta ele olhar para mim para eu ter vontade de .. sei lá do quê..
Ele toca-me e eu derreto.
Ele fala comigo e eu vibro . E o mesmo se passa com ele.
O tempo pára dentro deste quarto.
Passamos muito tempo juntos, e ele parece mesmo que pára.
No entanto, parece que nunca é suficiente.
Pronto, pá.. somos um casal, com pernas para andar.
Malucos, varridos.. mas juntos.
Queria poder dizer "Ah, já nao me sinto assim desde.." mas não posso.
Nunca me senti tão cega, tão presa a ninguém.. E ele diz o mesmo.
O que me prende é talvez as altas probabilidades de ser feliz ao lado de alguém que é igualzinho a mim.
Diferente, claro.. mas muito igual em muitos sentidos.
Tanto, que até mete impressão.
Sabemos os dois ser filhos da puta.. isso está à vista.
Temos os dois a mesma cara de malandros. Somos giros de se ver.
Enfim, vou-me juntar a ele, e tentar dormir, que a pedra já vai alta, e eu estou a morrer.
Era mesmo só para desabafar.
Bjufa!!

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