domingo, 15 de setembro de 2013

Doce Oposto


Confesso que existe uma rapariga, não muito longe de mim, que me deixa tonta cada vez que a vejo.
Tenho a plena noção de que ela me quer mesmo muito, mas anda alguma coisa a travar-me.
Eu quero estar com ela, mas parece que se passa sempre qualquer coisa antes de a encontrar que me faz recuar e tratá-la como apenas uma amiga.
Isso dá cabo dela.. ela já mo disse. É engraçado como ela me sabe dizer tudo o que tem a dizer.
Ela põe os braços à minha volta, encosta a testa dela na minha, e diz-me o que lhe vai na alma.. e isso é impagável.
Eu que sou uma pessoa que precisa mesmo de entender as coisas que se passam à sua volta, dou imenso valor a ela confiar em mim o suficiente para me dizer o que sente sem medos, nem travões nem tabus.
Porém, não faço o mesmo com ela... acho que sou mais de receber informação do que de dar.
Não sou boa a exprimir-me com palavras e conversas. Tenho sempre tendência a fazer asneira, porque se me escapa tudo na hora em que vou começar a falar, e surge outro tipo de coisas na minha cabeça, que não diria inicialmente.
É complicado.. eu sei que a magoo constantemente. Sei que se eu lhe pedir ela vem ter comigo aonde eu estiver.. sei que se eu a beijar, ela é minha. Sei que se eu lhe tocar ela se arrepia toda.
Eu sei que ela gosta de mim.
Aparentemente, se tivessemos uma relação assumida, eu seria o Homem.
Acontece naturalmente. E eu ajo muito como um, ao pé dela. É instintivo.
E ela é tão bonita... quem me dera gostar mesmo dela, tal como ela gosta de mim.
Quem me dera poder dar-lhe o que ela quer.
Quem me dera repetir aquela noite.
Quem me dera não gostar tanto do seu doce oposto.

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