quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A última bolacha do pacote

Lido com muita gente no meu dia-a-dia, porque o meu trabalho assim o exige, e porque sou uma pessoa naturalmente social e comunicativa quando tenho que o ser.
Como sou rapariga, já é de esperar que leve com mil cantigas do bandido enquanto me exponho a fazer o que sei de melhor, mas confesso que depois de tanto tempo nesta situação ainda não aprendi a lidar com certo tipo de pessoas.
Falo dos homens, claro, que são os que assediam mais.
Eu não nego que ter a atenção dos outros me levanta o ego, e me deixa a auto-estima mesmo lá em cima, mas há algumas coisas que são escusadas e muitas pessoas não sabem quando devem parar de se esticar.
Não gosto muito de ser incomodada, acho que ninguém gosta, não é? Muito menos por pessoas que não me suscitam qualquer interesse. Mas acontece, sou mulher e tenho de levar com isso.
Eu gosto de um bom desafio, um rapaz que sabe o que quer e me diz que não. Gosto disso.
Dá-me pica, e é por aí que as coisas devem acontecer.
Mas essas coisas percebem-se.. se uma pessoa está interessada, mostra-o , por muito difícil que seja.
E também se nota quando não está, e é aí que deve entrar o bom senso, e largar o osso.
Os homens.. são fodidos nesse aspecto. Cheira-lhes a saia e passam-se.
Eu tenho 3 palminhos de cara, não sou gorda, não cheiro mal, tenho personalidade, talento.. e sou , lá está.. simpática.. e muitas vezes, essa simpatia é confundida com outros sentimentos.
Eu todas as noites, quer seja espectáculo meu ou não, levo com todo o tipo de homens.
Uns interessam-se pela minha voz, outros pela minha pinta.. outros por eu ser mesmo dura de roer.
Adoro isso, sou mulher, é claro que adoro isso..
Acho imensa piada terminar um concerto, e ter papelinhos com nomes e números de telemóvel no bar à minha espera, ou ter a minha set list toda escrevinhada com números , Facebook's e emails, ou mesmo deixarem-me desenhos de eu a tocar e a cantar.. acho isso querido até.
Só detesto que me agarrem pelo braço e me abracem sem eu querer. Que sejam insistentes e chatos, a pedirem-me os meus contactos.
Não gosto que me sigam, porque já tem acontecido e isso assusta pra caralho.
Abomino homens que ficam babados a olhar pra mim, enquanto bebo uma imperial, ou fumo um cigarro.
E ABOMINO mais ainda aqueles que fingem gostar das coisas que eu gosto para me tentar levar pra cama.
Todos eles têm uma coisa em comum. Acham-se a última bolacha do pacote. E eu não tenho problemas em dizer-lhes.
Parto muitos corações, é verdade... mas eu tenho cá os meus esquemas.
Gosto de rapazes da minha idade, malandros e mauzinhos. É a minha cena.
Gosto de gente que chegue pra mim e para a minha lata infinita.
Gosto que me respondam, e ainda mais que me deixem sem resposta.. e muito mais que se cheguem ao meu ouvido e subtilmente me digam "dava-te um toque."
Claro que mesmo gostando, não significa que tenha disso todos os dias. Porque a maioria das pessoas que se metem comigo, são velhos, universitários e músicos.
Os velhos estão fora de questão.. por motivos óbvios. Os universitários.. não desgosto mas costumam ser mais infantis que a minha irmã de 13 anos.. e os músicos, que são mesmo a minha perdição.. são meus colegas e uma coisa não se mistura com a outra, e é por isso que me respeitam.
Quero ser feliz, mandar as minhas fodas livremente, longe de olhares, longe de arrastares de asas.. e sobretudo, com alguém de jeito, com conteúdo.
Alguém que compreenda e saiba querer alguém.. enfim, é a minha conclusão do dia de hoje.
Sinto-me fixe.. apenas .. assediada demais.

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