segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Here we go

Neste último mês, tenho tido algumas alegrias..
Achei por bem falar no assunto, para eu não me esquecer que às vezes fico constipada de felicidade.
Sim, cada vez mais acho que a felicidade é uma constipação, e como tal, tenho que andar à chuva.
E é o que tenho feito.. uma vez que o Eduardo e eu combinámos liberdade.
Ele tem andado com a Catarina.. e ele vai-me contando coisas acerca de quando eles estão juntos. Mas eu já nem sequer consigo olhar para ele da mesma maneira.
Preocupo-me, e vou aparecendo lá em casa, para dar um check nele, porque sei que sem mim ele tem estado muito pior. A mãe dele tem-me ligado a dizer que ele desaparece durante dias.. desliga o telemóvel, e não responde ao facebook.. ora, onde é que eu vejo isto regularmente?
É a minha maneira de viver, e ele está tão perdido quanto eu estava quando o conheci.
Não vou mentir, ele ajudou-me muito. Como pessoa, como mulher, como tudo.. mas por outro lado, vir ter comigo e dizer-me certas coisas que me disse.
Preferi vir-me embora, e dar-lhe apenas aquilo que ele precisa para se por de pé outra vez.
Companhia, sim. Carinho, sim. Mas não posso, não consigo passar disso.
Está tudo igual. Só que ele anda com ela. E nós já não estamos juntos.
Conheci então este rapaz, super amoroso.. da forma mais idiota possível. Daquela forma como só eu conheço as pessoas.
Quando o vi, pensei " Peraí.. mas onde é que tu vais?!!" Pensei que ele tinha de ficar comigo aquela noite.
Não tinha de acontecer nada, eu só sei que precisava dele ali.
E não me enganei.
Pode parecer parvo, mas quando significamos alguma coisa para alguém, não é preciso ouvirmos isso da boca de ninguém. Nós sabemos.
Há coisas que não se explicam, e esta é uma delas.
Não sei no que vai dar. Não sei de absolutamente nada. Apenas que preciso dele, da pessoa que ele é.
Sinto ainda que nos conhecemos muito mal, e que não houve muito tempo para grandes histórias de vida.
Ele não concorda muito com a cena de eu desaparecer, e andar aí nas drogas pesadas.. mas não me impede.
Engraçado.. o Edu encorajava-me.
Até que ponto é que vai gostar de alguém? Onde começa e onde acaba?
Não sei muito bem o que sinto, profundamente. Sei que gosto dele, e quero partilhar-me com ele.
Ele mostra-me constantemente que é possível e que também quer o mesmo. Mais que eu, talvez.
No entanto, não sei se faço bem, já.. tão cedo, e já estou de novo metida noutra cena.
Ele é espetacular..
Não gosto de mentir, é uma coisa que me habituei a não fazer.
Ele deixa-me dizer o que eu quiser. Ele diz que gosta de me ouvir falar! ahahahah
Que estranho.. andei a precisar desse lado da parte de alguém durante tanto tempo.. e só agora?
Quero levar tudo com calma, até porque me conheço e sei que me assusto facilmente, especialmente com responsabilidades e compromissos.
Não me quero assustar, e muito menos assustá-lo.
Very nice and slow, here we go.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Boa Sorte, Charlie

Há dias em que me sinto mais em baixo, e como qualquer pessoa, tento procurar maneiras de me abstrair de certos pensamentos. As drogas são um ponto bem assente na minha vida, mas já deixaram de me fazer sentir melhor há muito.
E o que há melhor do que um animal para combater a solidão? Falei com uns amigos, e procurei , procurei, até que achei. Mas esperei tanto tempo que pensei que nunca mais iria ouvir falar em darem-me uma cadela.
Então, um dia destes em que estava sozinha em casa, triste, e sem ninguém de confiança com quem falar, recebi uma chamada.
" A tua cadela já chegou. Podes vir buscá-la!"
O meu peito quase rebentava com a expectativa, e de repente uma ansiedade enorme me invadiu.
Peguei numa manta quentinha que tenho, e fiz-me ao caminho.
Entrei na casa, e subi a escadaria toda até chegar ao quarto dos meus amigos..
À primeira vista, estava tudo como sempre : pessoal abancado em todo o lado, na cama, nas cadeiras, nos sofás.. muito fumo, muitos traços na bandeja, e o inalador a girar nas mãos das pessoas..
"Então, onde está?" - perguntei.
E a namorada do rapaz que ma tinha prometido, pegou nela e meteu-ma no colo.
Linda, linda, linda.. toda preta, com as pontas das patinhas brancas, e um risquinho branco a descer-lhe o peito. Ainda muito pequenina, com os seus 2 meses e meio, olhinhos ainda azuis do leite, e hálito a torradinhas.
Apaixonei-me logo.
Ela estava muito quietinha, provavelmente do fumo, devia estar com uma moca grande.. não se mexeu o caminho todo para casa.
Ainda me pediram pra ficar , mas quis ir para casa passar tempo com ela para a conhecer.
E de facto, a bebé cumpriu com tudo o que eu precisava.
Enquanto ela fizesse asneiras, estaria tão preocupada com ela, que me esqueceria das minhas cagadas emocionais.
Dormiu enrroscada em mim, na mesma posição que eu, e o pessoal da minha casa quando acordou e nos viu disse logo " tal mãe , tal filha".
Partilhamos o mesmo gosto por maçã, mas ela ainda gosta mais de fiambre do que eu.
O nome, foi uma complicação.
O pessoal que ma deu, queria chamar-lhe Cata.
Obviamente que disse "nem pensar". We love cata, mas há limites.
Os bacanos de arquitectura queriam chamar-lhe Carminho.
Os meus companheiros de casa queriam chamar-lhe Kaya.
E eu não me conseguia decidir. Nenhum nome jogava com o focinho dela, então deixei que o nome viesse ter com ela.
Uma noite, em casa a ver televisão, passei no Disney Channel e estava a dar uma série chamada "Boa Sorte, Charlie".
Ela começou a ladrar para a televisão, e eu perguntei " É Charlie que te chamas?"
E ela atravessou o sofá, aproximou-se, deu-me um beijinho no nariz e deitou-se para dormir.
"Charlie. É um bom nome".
Mas o que me convenceu , foi a primeira vez que a levei à rua.
Tudo muito novo, ela estava muito assustada.. só pedia colo, e apareceu uma senhora que se meteu com ela .
" Então, o que se passa pequenina? Estás a chorar porquê? Como é que te chamas?"
E expliquei à senhora que era a primeira vez que ela vinha passear, e como tal, era normal estar um pouco a assustada com tudo, mas nao lhe disse como se chamava a cadela.
E a última coisa que ela disse foi " Boa Sorte, Charlie".
Fiquei passada.
Pronto, cenas destas acontecem mesmo.
E é assim, a minha pequena labrador, agora com os seus 3 meses e meio, gorda e energética, continua a obrigar-me a não pensar em merda e a brincar.
Gosto muito dela, e toda gente também gosta.
Hoje pensei em ir comprar-lhe uns brinquedos novos, porque os velhos já se foram.
E uma coleira, porque o peitoral já não lhe serve.
E uma nova ração, porque esta que cá tenho, ela já se fartou.
É isto, a minha amiguinha de 4 patas e dentinhos agulha.
A minha Charlie.




segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Eu gosto de mim. E tu?

Ora, ontem foi um dia para esquecer.. mas hoje compensou tudo.. até os meses em que estive separada da minha família.
É verdade.. voltei para casa, fiz as pazes com a minha mãe, o meu pai voltou a viver connosco e estamos mais unidos que nunca.
Não queria ter de tomar a decisão de deixar a minha família novamente. Agora também não é nisso que devo pensar. Nem consigo!
A Mãe diz que eu continuo linda, mas sinto ainda alguma fraqueza por causa de todas as drogas que ando a tomar.
 Ela não sabe disso, pensa que estou frágil porque estou deprimida. E estou. Pelos motivos que ela lá sabe numerar, e por todos os outros que ela nem imagina e que eu também não lhe conto para não a magoar.
Quero mudar.
Agora de volta a casa, sinto-me muito menos mal. Tenho mais vontade de me sentir bonita, o que antes não acontecia.. porque me sentia na merda. Perdi o gosto em mim.
Acho que aos poucos vou conseguir lá chegar, e voltar a ser confiante como era.
Ultrapassar esta depressão que também me tem feito esquecer um bocado que tenho valor e sinto coisas.
Quero conseguir, e para isso, queria ter a minha família ao meu lado.
Fiquei assim por estar sozinha. Já tinha dito aqui algures neste blog que sou péssima quando estou sozinha. Só faço merda.
Eu não faço sentido sem a minha família.
Ter saído de casa, foi um choque. Passar tanto tempo magoada, e com coisas por dizer e saudades.. pode ser tóxico, e comigo foi..
Preciso agora de me reestruturar. De me restaurar. De voltar a amar-me, que é coisa a que perdi o jeito e o hábito.
Há muito assunto por resolver cá dentro, no Universo da minha caixa toráxica.
Muita porcaria por limpar..
Experimentei a vida a sós e no terceiro dia, só queria acabar com ela.
Posso afirmar que o ser humano não é nada feito com matéria do amor. É só um animal faminto de sentimentos, confuso por os ter, e frustrado por não se conseguir livrar de alguns.
E o amor uma armadilha da vida, para nos lixar ao mais alto nível.
Somos apanhados , e quando nos tentamos libertar, saímos sempre todos feridos.
Gostava mais de antes. Quando não tinha de amar ninguém.
Amar é muito difícil, e cansa muito, e sempre fui tão preguiçosa com sentimentos que.. olha, deixei muito sentimento verdadeiro partir sem sequer ter deixado chegar até mim.
Recusei sempre a única coisa que os meus pais me poderiam oferecer indisciplinadamente: amor.
Sei muito bem que isso contribuiu também para o desabamento da minha família, mas.. agora quero ser melhor.
Preciso, QUERO, DESEJO, e VOU conseguir.
Eu amo os que me amam. Eu gosto de mim. E tu?